A região de Ribeirão Preto gerou 34.684 novas vagas de emprego com carteira assinada no ano passado -um aumento de 55,7% em relação a 2009-, segundo dados divulgados pelo Ministério do Trabalho e Emprego.
O número, segundo especialistas em mercado de trabalho consultados pela Folha, refletiu o bom momento econômico vivido pelo país no ano passado, ao contrário de 2009, que foi afetado pelos efeitos da crise mundial.
As cidades menores foram as que mais registraram aumento proporcional na geração de empregos. Segundo os dados do ministério, que compila informações de 51 municípios da região, a líder no ranking foi Igarapava. A cidade criou 437 novas vagas no ano -um aumento de 506,9% sobre 2009. Em seguida, foram as cidades de São Joaquim da Barra e Américo Brasiliense. Todas elas, em comum, têm como principal atividade econômica a agropecuária, com destaque para as usinas sucroalcooleiras.
Por outro lado, as cidades maiores se recuperaram do baque sofrido em 2009 e também geraram emprego. O maior destaque foi para Ribeirão Preto, que criou 14.028 novos postos de trabalho em 2010, ante os 8.873 do ano anterior. Sertãozinho, que em 2009 teve saldo negativo de 2.442 vagas por causa dos efeitos da crise, inverteu a situação e gerou 3.190 novas vagas em 2010. A indústria de metalurgia, principal atividade econômica da cidade, foi a alavanca.
“O interior paulista tem sido grande propulsor da geração de emprego no Estado e no país, e a região de Ribeirão, com suas indústrias e o setor agropecuário em forte expansão, contribuíram para o resultado”, disse o economista Laerte Martins.
ATIVIDADE
E m Igarapava, por exemplo, a atividade do setor sucroalcooleiro gera demanda em cadeia, principalmente para os setores industrial, comercial e de serviços. “As medidas de incentivo adotadas pelo município têm sido capazes de gerar trabalho e renda para todos os cidadãos”, afirmou o chefe do departamento de Indústria, Comércio e Turismo da prefeitura, Luis Antonio Jorge.
Já em Américo Brasiliense, os empregos gerados pela principal usina de açúcar e etanol da cidade, a Santa Cruz, foram responsáveis pelo saldo positivo de vagas registrado no ano passado. No total, foram 1.081 vagas, ante as 204 do ano anterior. A demanda é tão grande por trabalhadores no município que a direção do Ceat (Centro de Atendimento ao Trabalhador) tem dificuldade em preencher algumas vagas, de acordo com a coordenadora Dirce Lauto Guimarães de Oliveira.
“Atualmente, há vagas para eletricista montador, instrumentista, vendedor, auxiliar de escritório e operador de manufatura, além de outras necessidades em nossos quadros de trabalho”, afirmou a coordenadora.