Combustível do futuro

"Reforçamos nosso compromisso de investir R$ 11,5 bilhões em plantas de E2G e biometano", afirma Ricardo Musa, CEO da Raízen

Ricardo Mussa
Ricardo Mussa

A Raízen, joint-venture entre Cosan e Shell, participou da cerimônia de sanção da Lei do Combustível do Futuro (PL 528/202) nesta terça-feira, 08 de outubro, um importante passo para a descarbonização da matriz de transportes e mobilidade, impulsionando o País na agenda de transição energética.

Mussa: combustível do futuro abre uma nova fase para a descarbonização

Comemorando o marco, Ricardo Mussa, CEO da companhia e líder da força-tarefa de transição energética e clima do B20 Brasil, esteve ao lado do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e do ministro de Minas e Energia (MME), Alexandre Silveira, para assinatura de carta que reforça a intenção e o compromisso da companhia em manter investimentos no País com projetos para fontes de energia renovável.

O Combustível do Futuro abre uma nova fase para a descarbonização dos setores de mobilidade e transporte, destacando o Brasil no cenário mundial como um celeiro de soluções mais sustentáveis.

A lei impulsionará a pesquisa, a produção, a comercialização e o uso de diesel verde, de combustível sustentável de aviação (SAF) e de biometano.

Alinhada com o novo regulamento, a Raízen busca soluções de baixo carbono em bioprodutos e biocombustíveis avançados que desempenham papel de liderança na transição energética, trabalhando em conjunto para que as metas de descarbonização previstos nas políticas nacionais sejam atingidas.

“O Brasil tem todas as ferramentas para ser líder e exemplo em transição energética para o mundo. Com o Combustível do Futuro, ganhamos mais força e incentivo para descarbonizar nossas frotas, impactando positivamente todos os setores econômicos e sociais. Reforçamos nosso compromisso de investir R$ 11,5 bilhões na construção das plantas de Etanol de Segunda Geração e biometano para atender o aumento de demanda”, comemora Ricardo Mussa.

“Veremos ainda o desenvolvimento de novas tecnologias para soluções cada vez mais sustentáveis, respeitando a proteção do meio ambiente e a produção de alimentos, com menos emissões de poluentes e atendendo uma demanda urgente por energia mais limpa”, afirma o CEO, que também liderou o grupo formado por executivos, especialistas e representantes da sociedade civil para discutir caminhos, debater e definir recomendações, ações práticas e métricas que serão apresentadas aos líderes do G20, em novembro.

Papel importante

Um dos principais players globais no setor de etanol, a Raízen acredita que a nova regra terá um papel importante para o desenvolvimento do mercado e para a criação de novas tecnologias, como o Etanol de Segunda Geração (E2G), produto que já se mostrou economicamente viável, com contratos de comercialização de longo prazo.

Produzido a partir de uma tecnologia proprietária, utilizando o bagaço da cana-de-açúcar como insumo, esse biocombustível avançado tem o potencial de elevar em cerca de 50% a capacidade de produção de etanol, sem a necessidade de aumentar a área de plantio. Além disso, sua produção resulta em uma molécula com significativa redução de emissão de CO2, sendo 30% mais sustentável que o etanol comum.

O E2G pode ser utilizado em diversas aplicações, além da mobilidade, sendo matéria-prima para as indústrias químicas e de bebidas, por exemplo.

A Raízen é a única empresa do mundo com produção em escala industrial de E2G, com 36 milhões de litros produzidos na safra 2023’2024, impulsionando a transição energética com soluções inovadoras e sustentáveis.

Com duas plantas de E2G no interior de São Paulo, a companhia tem sete unidades em fase de construção ou projeto, todas com produção comercializada em contratos de longo prazo equivalente a mais de EUR 4 bilhões, e com capacidade instalada de produção de 686 milhões de litros anuais de etanol.

Assim como no etanol de primeira geração, o processamento do E2G garante subprodutos para o desenvolvimento de novas soluções, incluindo, por exemplo, a vinhaça, utilizada na produção de biogás, e a lignina, levada às caldeiras para geração de energia e utilizada em estudos para sua conversão em biocombustíveis avançados para os setores marítimo e de aviação, produtos químicos e materiais.

Com a missão de desenvolver soluções de descarbonização a partir da cana-de-açúcar, a Raízen, em parceria com Shell e SENAI-SP, investe cerca de R$ 120 milhões na construção do Centro de Bioenergia, em Piracicaba (SP), que trará ganhos tecnológicos para produção de biocombustíveis com menor pegada de carbono. O moderno conjunto de laboratórios e plantas-piloto, focará, nos cinco anos iniciais, em pesquisas de ganhos de eficiência e sustentabilidade no processo de produção do E2G.

A nova lei também estipula metas de redução de emissões pelos operadores aéreos a partir de 2027, que deverão ter aeronaves abastecidas com SAF, combustível produzido a partir de matérias-primas renováveis.

Desenvolvendo soluções eficazes e escaláveis para os setores de difícil descarbonização, a Raízen foi o primeiro player de etanol no mundo a receber a certificação ISCC CORSIA Plus (Carbon Offsetting and Reduction Scheme for International Aviation), que comprova que o etanol, produzido no parque de bioenergia Costa Pinto, cumpre os requisitos internacionais para a produção de combustível sustentável de aviação, seguindo padrões da Organização da Aviação Civil Internacional (ICAO). Posteriormente, o parque de bioenergia Gasa também foi certificado.

Além de injetar no mercado produtos com alto valor agregado de sustentabilidade, os investimentos da Raízen em novas plantas de E2G e biometano trarão impactos positivos para o País ao agregar benefícios sociais e econômicos.

As expansões da companhia devem gerar de cerca de 12 mil empregos diretos e indiretos, impactar mais de 500 fornecedores e empresas, além de aumentar a representatividade no fundo estadual de participação dos municípios em que estão inseridos, incentivando o crescimento compartilhado, o desenvolvimento de fornecedores nacionais, a produção de equipamentos de origem nacional e a capacitação técnica de mão de obra local.

Com políticas públicas positivas como o Combustível do Futuro, o Brasil se posiciona na liderança para um futuro mais verde e inclusivo. Com a nova lei, a Raízen reforça, ainda mais, seu compromisso com a inovação e a sustentabilidade a partir do potencial energético da cana-de-açúcar, capaz de gerar soluções eficazes para transição energética global.