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Refinarias da Petrobrás iniciam produção experimental de biodiesel em junho

Três refinarias de petróleo da Petrobras começam a produzir biodiesel de alta qualidade em fase experimental no próximo mês. Os testes serão voltados para a produção em grande escala, usando óleo vegetal como matéria-prima. O anúncio foi feito hoje, em Curitiba, pela ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff.

Ela disse que os testes ocorrerão na Repar (Refinaria Getúlio Vargas), de Araucária (PR), e nas refinarias Alberto Pasqualini, do Rio Grande do Sul, e Gabriel Passos, de Minas Gerais. O produto a ser obtido é o chamado “HBio”, valorizado nos mercados por ser alternativa sem restrição ambiental aos combustíveis de origem mineral.

Segundo a ministra, apenas as três têm unidades de hidrotratamento _que permitem o uso de hidrogênio para reduzir o nível de enxofre no processo de refino.

“A Petrobras testou uma mistura de até 18% de [óleo de] soja dentro das refinarias e saiu diesel de altíssima qualidade”, afirmou Dilma Rousseff, ao explicar que o produto brasileiro derivado do petróleo perde preço no mercado externo e no interno não se enquadra às exigências ambientais pelo elevado nível de enxofre.

Ela disse considerar o resultado dos testes “um grande achado”. “É como se tivéssemos poços de petróleo nas plantações”, afirmou. A transformação de grãos em combustível em momentos de crises de preço, como agora com a soja, também é alternativa considerada pelo governo.”Isso é fundamental para um país que tem essa presença tão grande da agricultura e do agronegócio.”

Dilma Rousseff disse que o processo em escala pode ser obtido sem investimentos, por usar estruturas de refino já instaladas.

Um segundo caminho, também em processo de implantação, é o incentivo da adoção do biodiesel pelo pequeno agricultor, produzido em sua própria fazenda. A ministra da Casa Civil disse que esse programa será direcionado para as regiões Norte e Nordeste.

Dilma Rousseff participou em Curitiba da assinatura do contrato de compra da usina termelétrica a gás UEG, de Araucária, pela Copel (companhia de energia do governo do Paraná). A aquisição pôs fim a um litígio de três anos e meio do governo do Paraná com a americana El Paso, devido ao rompimento unilateral do contrato pelo governador Roberto Requião (PMDB).

Quando ministra das Minas e Energias, Dilma Rousseff atuou nas negociações do Paraná com a empresa americana.

Por um acordo, e mediante o pagamento de US$ 190 milhões à El Paso, a Copel assumiu 80% do controle acionário da UEG Araucária Ltda. Os 20% restantes são da Petrobras.

A Copel ainda vai investir R$ 32 milhões para flexibilizar as turbinas ao uso do gás da Bolívia e de diesel brasileiro. Com potência instalada de 484 MW, a termelétrica entra em operação em 2007.