A decisão do governo federal de reduzir as alíquotas do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) que incidem sobre os veículos deve estimular as vendas de carro a álcool, notícia que foi bem recebida pelo setor sucroalcooleiro.
De acordo com o anúncio do governo, o IPI dos carros de 1.000 cilindradas cairá de 10% para 9%. A medida vale até o final de outubro, com exceção dos carros movidos a álcool, que permanecerão com alíquota reduzida.
Para os automóveis com motores acima de 1.000 cilindradas até 2.000 cilindradas, a alíquota cairá de 25% para 16% – para os veículos movidos à gasolina – e de 25% para 14% para os carros a álcool. O IPI sobre os automóveis à gasolina acima de 2.000 cilindradas deverá permanecer em 25%. Já o imposto para o carro movido a álcool reduzirá para 20%.
Outra medida positiva para o setor sucroalcooleiro é que as taxas estabelecidas para o carro a álcool serão as mesmas para os motores dos chamados bicombustível, o “flexible fuel engine”, em desenvolvimento no Brasil pela Bosch e Magnet Marelli.
A iniciativa do governo é uma antiga reivindicação do setor automotivo. A decisão foi para incentivar as vendas de automóveis e esvaziar os pátios das montadoras.
Para Eduardo Pereira de Carvalho, presidente da União da Agroindústria Canavieira de São Paulo (Unica), a decisão do governo é um reconhecimento do papel pioneiro do Brasil como criador do álcool como combustível renovável.
Neste primeiro semestre, as vendas de carro a álcool totalizaram 18.575 unidades, um crescimento de 177% sobre os 6.705 veículos negociados no mesmo período do ano passado, segundo a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea). No mês de junho, foram comercializados 2.815 veículos, um aumento de 170% sobre o mesmo mês de 2001.