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Redução de tarifa para álcool nos EUA não afeta Brasil, diz ministro

O ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues, disse ontem que a redução da tarifa de importação de etanol pelos Estados Unidos não deverá afetar o Brasil. Pelo menos no curto prazo. “O Brasil produz 16 bilhões de litros de álcool por ano e consome 15 bilhões. Não temos excedente exportável em volume que ameace o mercado interno de qualquer país do mundo”, afirmou Rodrigues durante o I Encontro Interamericano de Biocombustíveis.

O ministro observou que existe por parte dos produtores americanos uma preocupação de que a redução da tarifa de importação significaria uma inundação do etanol brasileiro no país. “Neste momento, não existe essa possibilidade”, disse Rodrigues. Ele observou que os americanos estão produzindo entre 15 bilhões e 16 bilhões de litros de etanol por ano e fazem uma mistura pequena com a gasolina.

“Hoje a redução da tarifa não teria impacto”, observa. No médio prazo, segundo Rodrigues, a queda associada à negociação de contratos de longo prazo com destilarias brasileiras podem trazer efeito positivo ao setor sucroalcooleiro. Ele ressaltou a importância de as empresas firmarem contratos de exportação para, aí sim, elevar a produção de álcool. “Ninguém pode decidir plantar mais ou produzir mais se não tiver um mercado dimensionado para o consumo”, disse o ministro. “Se os americanos resolvessem, por exemplo, adotar uma mistura de 15% de etanol na gasolina iria gerar uma demanda de 60 bilhões de litros por ano. Com isso, a demanda por álcool cresceria, mas representaria uma redução muito grande da oferta de milho para proteína animal”, afirmou Rodrigues.

Essa redução provocaria outros problemas de abastecimento aos Estados

Unidos. Na quarta-feira, um representante do governo americano disse a agências internacionais que é possível que a Casa Branca volte a revogar a tarifa de importação de etanol. Hoje a tarifa é de 54 centavos de dólar por galão. A proposta de redução da tarifa está em discussão pelo Congresso americano.