Mercado

Redes de cooperação: uma alternativa para as PMEs diante de uma economia globalizada

A estratégia de organizar as pequenas e médias empresas (PMEs), de um determinado segmento produtivo, num sistema de redes de cooperação, nos parece de suma importância e relevância. A mesma nos chega de experiência realizada por diferentes países europeus, particularmente a Itália. Isto significa que nossa realidade nos obriga a adaptá-la às condições brasileiras e regionais, porém, mantendo o foco fundamental que a torna viável: criar as condições para os pequenos e médios empresários se organizarem em torno de suas atividades, visando uma inserção positiva no atual contexto econômico nacional e internacional.

O atual contexto se caracteriza por uma economia de mercado, a qual exige estabilização política e econômica. Ao mesmo tempo, coloca os agentes econômicos dentro de um processo competitivo, o qual exclui os menos preparados. O Programa Redes de Cooperação pode ser um instrumento eficiente, portanto, para reverter este potencial de exclusão que normalmente se abate sobre as pequenas e médias empresas. A idéia é gerar um ambiente inclusivo dos pequenos empresários, a fim de que os mesmos se insiram realmente na economia de mercado e usufruam dignamente do processo econômico que o mundo vive. Trata-se de uma ação de organização destes agentes para que tenham mais força, pelo conjunto, em suas atividades. Isto permitirá ampliar seus mercados, num horizonte nacional e mesmo mundial.

Na prática, as regiões brasileiras buscam esta inserção de forma constante. A realização de Feiras e Exposições, tipo a Expo-Ijuí e outras, é uma forma de se alcançar tal objetivo. Mas isto não ocorre por inércia! É preciso muito trabalho, de longo prazo. Isto exige entendermos o processo que nos cerca e no qual nos envolvemos, para melhor atuarmos sobre ele.

Assim, o “pensar global e agir local” significa ação para participação da economia, do mercado, da vida que existe. Não significa em absoluto ficarmos isolados no “local” mas sim, através da compreensão do global, alavancarmos o local para que o mesmo participe do geral. Na prática, não se trata de uma oposição ao que existe. Em outros termos, o processo de redes de cooperação não deve ser um instrumento de enfrentamento da economia mundial e sim um instrumento de organização para melhor inserção e proveito da mesma. A lógica do enfrentamento apenas leva os agentes econômicos ao isolamento, à própria exclusão que se deseja evitar.

Neste contexto, para se conseguir sucesso nesta iniciativa tem-se que gerar comprometimento e participação de todos os empresários. É preciso assumir a ação econômica de forma conjunta, como a proposta do programa redes de cooperação define, a fim de gerar mais espaços aos pequenos empresários, dentro das regras de eficiência, especialização e competitividade que o mercado mundial vem aperfeiçoando.

Caso contrário, a exclusão do processo produtivo será o caminho. Com ela teremos a marginalização e a eliminação de agentes econômicos. E isto, com justa razão, ninguém deseja. Assim, os instrumentos existem para a superação dos obstáculos que impedem a inserção dos pequenos ao mundo globalizado. No entanto, para que os mesmos sejam aplicados com sucesso é preciso superação regional, onde o conjunto dos atores deve atuar em real parceria econômica, pensando no sucesso coletivo e não apenas no avanço individual.