Não há saída fácil para o ciclo de endividamento e crescimento medíocre que paralisou a economia brasileira, mas a recuperação com certeza não passa pelo acordo com o FMI. Essa é a opinião do economista Fernando Cardim, 48, professor titular da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro). Para ele, os candidatos à Presidência, ao apoiarem o acordo, estarão “trocando uma tranquilidade imediata por algo que pode custar caro no futuro”. “Como você promete uma alternativa e depois vai dizer não dá, eu vou ser exatamente igual ao que saiu? O risco político disso é muito mais grave do que o risco econômico”, afirma.
Na opinião do economista, as alternativas ao acordo com o FMI passam por medidas duras, como o controle de capitais, e o governo que adotá-las deve estar preparado para suportar as pressões. “Sobre isso não pode haver ilusão”, diz Cardim. (Folha de SP)