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Reativação de ferrovia custará R$ 120 milhões

Cerca de 600 quilômetros de ferrovias localizados na divisa entre os estados de Alagoas e Pernambuco estão abandonados, gerando um prejuízo anual de R$ 18 milhões aos cofres públicos. A rota era de transporte de cargas, mas foi desativada há três anos, depois que uma enchente destruiu cerca de 300 quilômetros de ferrovia localizados na Zona da Mata alagoana, entre os município de São José da Laje (AL) e Lourenço de Albuquerque (PE).

Para recuperar o trecho e reativar o transporte por trens cargueiros são necessário R$ 120 milhões. Mas os recursos, que já foram solicitados à Superintendência de Desenvolvimento do Nordeste (Sudene) dependem do governo federal.

“Os projetos de execução já estão prontos, falta aprovação da Sudene”, diz o diretor-presidente da Companhia Ferroviária do Nordeste (CFN), engenheiro Jorge Melo, em reportagem da TV GAZETA. A companhia assumiu a malha nordeste em janeiro de 1998, arrematada em leilão por R$ 15,8 milhões, o que representou um ágio de 37,8% em relação ao preço mínimo de R$ 11,46 milhões estabelecidos pelo BNDES.

A situação da ferrovia, no trecho entre Alagoas e Pernambuco, é de total abandono, o que traz também risco para a população das áreas próximas. Os moradores locais estão usando os trilhos que passam sobre rios como pontes para travessia. Mesmo diante do perigo de desabamento, eles preferem usar os trilhos para encurtar distâncias.

Existe risco até para os técnicos e operários da Companhia que se movimentam em auto-de- trilho, um tipo de veículo que utilizam para fazer serviços de manutenção.

O diretor-presidente da CFN, consórcio de empresas que desde 1998 administra a malha ferroviária nordestina, Jorge Melo, afirma que até dezembro deste ano toda a ferrovia entre Alagoas e Pernambuco será recuperada. Com isso, os trens cargueiros voltarão a trafegar movimentando a economia local. Mas a decisão sobre a liberação dos recursos depende também da reativação da Sudene, o que ainda não ocorreu completamente.

A malha nordeste tem uma extensão de 4.679 Km interligando os estados de Maranhão, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Alagoas e Sergipe. As principais cargas que circulam sobre a malha são de derivados do petróleo, álcool, alumínio, açúcar, milho e trigo.