O impacto do reajuste de 6% na gasolina no Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) será pequeno. Se todo ele for repassado ao consumidor (o aumento anunciado pela Petrobras é aplicado nas refinarias), pode elevar o índice em 0,24 ponto percentual ao longo de 30 dias e deve entrar boa parte na inflação de outubro.
A gasolina tem um peso de 3,84 pontos percentuais na formação do IPCA. O peso do diesel, reajustado em 4%, é bem menor – 0,15 ponto – e seu repasse ao consumidor aparece mais tarde, via aumento indireto dos preços.
O impacto do reajuste da gasolina para o consumidor é sempre relativo, porque a concorrência entre os postos e o preço do etanol também influenciam o aumento na bomba. No último reajuste, em 7 novembro de 2014, o aumento na gasolina na refinaria foi de 3%. Naquela ocasião, o combustível subiu 1,99% em novembro e mais 0,61% em dezembro, medido pelo IPCA. O aumento na bomba, portanto, ficou abaixo do reajuste nas refinarias.
O reajuste anterior, de 4% em 29 de novembro de 2013, provocou altas de 4,04% no preço da gasolina em dezembro e mais uma elevação de 0,6% em janeiro, também nas medições do IPCA. Neste caso, o impacto superou o aumento na bomba.
Agora, o quadro recessivo, que tem reduzido o consumo de combustíveis, tende a conter repasses maiores para o preço ao consumidor.
Já o aumento de 4% do diesel concedido agora terá um impacto muito pequeno no IPCA, pois, proporcionalmente, o combustível é muito menos usado em veículos familiares.
O diesel reflete mais nos Índices Gerais de Preços (IGPs) porque influencia preços de transportes (frete), de energia (térmicas) e outros. Esse preço tem impacto em outras cadeias, mas o reflexo nos transportes públicos, por exemplo, deve vir no começo de 2016, época em que se concentram aumentos de passagens de ônibus.
Fonte: (Valor)