A agência S&P Global Ratings revisou na quinta-feira, dia 31 de janeiro, a perspectiva de crédito global da Raízen de estável para negativa.
Essa perspectiva – chamada de rating – foi rebaixada, segundo nota da agência, por conta da alavancagem da companhia, que tem sido alta nos últimos trimestres.
“Prevemos que a dívida nominal permanecerá elevada em meio a consideráveis despesas de capital (capex) e encargos com juros nos próximos 12 a 18 meses”, destaca, em nota, a S&P Global.
Motivos para decisão da S&P Global:
- Volumes mais fracos no negócio de cana-de-açúcar,
- juntamente com altos investimentos, taxas de juros e necessidades de capital de giro, resultaram em uma dívida em relação ao EBITDA de 3,0x nos 12 meses encerrados em 30 de setembro de 2024,
- e devem permanecer em 3,0x-3,5x até o final do ano fiscal de 2025,
- enquanto o déficit de fluxo de caixa operacional livre (FOCF) será superior a R$ 5 bilhões, em nossa opinião.
O que destaca a S&P Global
“Revisamos a perspectiva do nosso rating de crédito de emissor global da Raízen de estável para negativa.
Também afirmamos nossos ratings ‘BBB’ na escala global e ‘brAAA’ na escala nacional da empresa e nossos ratings ‘BBB’ no nível de emissão das notas seniores sem garantia da Raízen Fuels Finance S.A..
A perspectiva do rating em escala nacional permanece estável.”
Perspectiva negativa do rating em escala global
Segundo a S&P Global, “a perspectiva negativa do rating em escala global reflete a possibilidade de um rebaixamento nos próximos 12 a 18 meses se a Raízen não conseguir reduzir sua alavancagem para nossa previsão de base de cerca de 2,5x no ano fiscal de 2026.”
O rebaixamento, prossegue, também poderia ocorrer devido às crescentes pressões sobre a liquidez, dada a geração de caixa menor do que a esperada, a maior carga de juros e as saídas de caixa ainda consideráveis, enfraquecendo a capacidade da empresa de ser classificada um nível acima de nossa avaliação de transferência e conversibilidade (T&C) do Brasil.”
Mais: “atualizamos nossas premissas operacionais para o negócio de cana-de-açúcar para incorporar os volumes de moagem abaixo do esperado, anunciados recentemente, e a produtividade mais fraca, que prejudicaram as margens do segmento.”
“Revisamos ligeiramente para baixo nosso EBITDA para a Raízen, que agora esperamos que seja de cerca de R$ 14,8 bilhões no ano fiscal de 2025, em comparação com nossa previsão de novembro de 2024 de R$ 15,3 bilhões”, destaca a agência.
Raízen: “perspectiva na escala nacional segue estável”
Em comunicado ao mercado nesta quinta-feira, 31 de janeiro, assinado por Rafael Bergman, CFO e Diretor de Relações com Investidores, a Raízen:
- comunica a seus acionistas e ao mercado em geral que a agência S&P Global Ratings (“Agência”) divulgou relatório com revisão da perspectiva de crédito global da Raízen de estável para negativa, mantendo a classificação ‘BBB’ na escala global.
- A perspectiva do rating na escala nacional permanece estável, com a classificação ‘brAAA’ mantida, bem como a nota de ‘BBB’ para os títulos de dívida emitidos pela Raízen Fuels Finance S.A.
- A Companhia está focada na otimização de sua estrutura de capital através de maior eficiência operacional, redução do patamar de investimentos e revisão de seu portfólio de ativos.