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Raizen faz primeira comercialização de biometano

Para atender contrato, companhia irá construir mais uma planta de biogás

Unidade Biogás - Raízen
Unidade Biogás - Raízen

A Raízen informou nesta segunda-feira (21) que firmou sua primeira venda de longo prazo para a comercialização de biometano com a Yara Brasil Fertilizantes, um dos maiores consumidores de gás natural no Brasil. Segundo a companhia, este primeiro contrato possui um prazo de cinco anos com um volume de 20 mil m³/dia.

“Esta transação pioneira no mercado livre de gás reforça o compromisso da Raízen em disponibilizar para seus clientes produtos e soluções que permitam a redução das emissões de gases de efeito estufa através do aumento da eficiência e da circularidade de seus processos, sem necessidade de aumento de área plantada, apoiando a descarbonização da matriz energética global’, afirma a Raízen em comunicado.

O fornecimento do biometano será efetuado por meio do portfólio da Raízen, utilizando os resíduos do processo de produção de etanol, vinhaça e torta de filtro, nos parques de bioenergia do grupo e o produto será utilizado pela Yara para a produção de hidrogênio e amônia verde em seus parques industriais.

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Trata-se do primeiro movimento para a produção de amônia verde no Brasil, o que permitirá o desenvolvimento de soluções sustentáveis no curto prazo, seja em nitratos para aplicação industrial ou em fertilizantes nitrogenados.

Globalmente, a Yara já desenvolve outros projetos de amônia verde – por exemplo, baseados em energia eólica, energia solar e energia elétrica hídrica -, porém, esta é a primeira iniciativa utilizando o biometano, considerado a base para uma economia circular.

“A incorporação dessa matéria-prima no processo produtivo é uma manifestação concreta dos esforços da Yara no Brasil em promover a descarbonização das suas plantas”, afirma Daniel Hubner, vice-presidente de Soluções Industriais da empresa. Segundo o executivo, uma das principais vantagens do biometano é o potencial que o Brasil apresenta. O país está entre as maiores potências agropecuárias do mundo, o que resulta na produção de uma enorme quantidade de resíduos orgânicos com potencial de geração de valor.

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Daniel Hubner, vice-presidente de Soluções Industriais da Yara

De acordo com Hubner, a aquisição deste volume de biometano dará à empresa a possibilidade de iniciar a produção de amônia verde no Brasil e substituir gradativamente o uso de gás natural, reduzindo assim cerca de 80% das emissões. “A Yara tem dedicado seus esforços e investimentos em descarbonizar a cadeia global de produção de alimentos e de setores industriais, e a amônia verde é fundamental para esse objetivo. O biometano é uma alternativa promissora e um dos caminhos que podem nos levar a uma nova realidade em muitas indústrias”, disse.

Os 20 mil m3 diários de biometano adquiridos pela Yara representam 3% do volume consumido por sua unidade fabril de amônia, em Cubatão (SP) – maior produtor de amônia do Sudeste. A previsão é que o primeiro lote de biometano seja entregue à Yara em 2023, tempo necessário para que a Raízen construa uma nova planta para purificar o biogás e conectar sua distribuição ao grid.

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Segundo Hubner, o complexo de Cubatão já está pronto para trabalhar com o biometano em substituição ao gás natural como matéria-prima para a produção de amônia verde. “A unidade está muito bem posicionada para atender os dois mercados, tanto o de fertilizantes quanto o de soluções industriais, apoiando a descarbonização da agricultura e da indústria química. A planta apresenta inclusive capacidade de exportação, com diferenciais que impulsionam seu potencial, como fácil acesso à rede de distribuição, diferentes modais logísticos, mão de obra, entre outros fatores”, completa.

O executivo salienta ainda que, a partir da amônia verde, a oferta do fertilizante verde passa a ser uma realidade, com um impacto positivo para toda a cadeia do agronegócio.