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Quirinvest prevê compras de terras para ampliar produção

A empresa brasileira, gestora de ativos agrícolas, Quirinvest busca investidores para aquisição de novas áreas para expansão de plantio, e para diversificação de culturas. A empresa, que prevê um crescimento este ano na ordem de 50%, admitiu estar conversando com interessados do Mato Grosso, São Paulo, e Minas Gerais para o cultivo de soja, algodão, pecuária, e cana-de-açúcar.

“A Quirinvest é como se fosse um fazendeiro que compra terra, planta, vende a produção e consegue novos investimentos para ampliar o patrimônio”. Assim definiu o diretor da empresa, Ricardo Cotrim. Com produção superior a 100 mil toneladas de cana-de-açúcar ao ano, no Estado de Minas Gerais, a Quirinvest, negocia a sua produção junto ao grupo sucroalcooleiro Coruripe.

A alternativa mais adiantada para a expansão é o aporte de terras. “Já estamos em negociação com grupos do Mato Grosso e da região de Mapito (sul dos Estados do Maranhão, Tocantins e Piauí). Nessa modalidade, o proprietário confere suas terras a Quirinvest, recebendo ações em troca. Estas fazendas podem já ser produtivas ou não, mas devem ser ativos de boa qualidade”, disse ele.

As negociações por terras devem se encerrar ainda neste ano, prevê o diretor da Quirinvest, que está de olho nas produções de algodão e soja no Mato Grosso, e cana, soja e milho no Mapito. “Estamos em conversas com produtores de outras culturas que não a cana-de-açúcar. Estes grupos poderão trazer uma diversificação de cultura interessante. Como o agronegócio é afetado por muitas intempéries, sejam climáticas ou mesmo por mudanças bruscas no cenário de preços dos produtos, novas terras, eventualmente em outras regiões geográficas produzindo outras culturas, podem representar diluição de riscos. É o tradicionalmente chamado ganha-ganha”, ressaltou.

Além dessas conversações, Contrim também vê bastante adiantada novas parcerias no Estado de São Paulo, que traria a empresa atividades relacionadas a pecuária. Para ele, fechar uma parceria até o final do ano ampliará a participação majoritária dos brasileiros no controle, abrindo espaço para a entrada de novos grupos estrangeiros. “Muitos investidores internacionais estão nos procurando interessados em investir na empresa. Inclusive nosso investidor alemão também tem buscado algumas possibilidades. Mas Hoje se a nossa empresa tiver mais investimentos estrangeiros não poderemos comprar terras. Então estamos buscando parcerias no Brasil”, finalizou o empresário.

Criada em 2008 com um aporte de R$ 35 milhões de investidores nacionais e do fundo de investimentos alemão Acquila, que também possui práticas semelhantes na Nova Zelândia, a Quirinvest foi idealizada pelos sócios da empresa Guarita & Associados em 2005, quando a busca por usinas de açúcar e etanol se intensificou no Brasil. Cotrim sócio da Guarita, especializada na consultoria empresarial para fusões e aquisições, contou que na época em uma conversa com um parceiro comercial, soube da demanda de novas parcerias para produção de cana na região de Goiás do grupo São Martinho, que acabara de iniciar a instalação de uma usina. “Na oportunidade ele comentou que a usina iria precisar de cana, e estavam buscando novos fornecedores dispostos a ir para o estado. E ai caiu a ficha para nós, e passamos a olhar a ideia de fornecimento com outros olhos. E decidimos desenhar um projeto”, disse ele.

O projeto que consistia basicamente em conseguir investidores interessados no agronegócio brasileiro, que aportariam recursos para a compra de terras no estado goiano próximo a usina, garantindo assim um comprador para a cana produzida. A vantagem era que a Quirinvest cuidaria de todos os trâmites relacionados a produção colheita e venda, e os investidores seriam acionistas. “Comprar terras em Goiás seria mais barato que em São Paulo, e o preço da produção era basicamente o mesmo. Quando fomos comprar as terras na região o projeto da usina já havia avançado e algumas pessoas já se instalaram por lá, e o preço da terra se valorizou. Com isso decidimos transferir o projeto para outra usina”.

Em conversas com o grupo Coruripe, e analises profundas a respeito do clima da região de Iturama em Minas Gerais, onde a usina estava instalada, decidiu-se então comprar algumas fazendas para iniciar o projeto. Ao final de 2009, em conversações com um fundo de investimentos da Alemanha, o grupo Acquila, mais investimentos entraram, e a produção de cana saltou para pouco mais de 100 mil toneladas. “De 2009 para 2010, a empresa cresceu mais de 150%, mesmo porque ainda estamos em plena fase de expansão. E agora estamos buscando mais crescimentos, que podem acontecer de algumas formas, investimentos ligados ao setor sucroalcooleiro, aportes em outras culturas, que podem acontecer com a entrada de novos investidores, ou de terras via parcerias”, esclareceu.

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