A empresa AZC Orbis Invest, da Eslováquia, entra no setor de bionergia do Brasil com a compra de 50% da Usina Agropéu, de Pompéu (MG).
Os valores da negociação não foram informados, conforme o texto da jornalista.
Quem é a Usina Agropéu
Instalada em 1981, dentro do Programa Nacional do Álcool, o Proálcool, a Agropéu nasceu como destilaria autônoma, com a fabricação exclusiva de álcool (que depois passou a ser denominado etanol).
Em 2011, a Agropéu construiu fábrica de açúcar com produção de 10.000 sacos de 50 kg /dia, em 2016 viabilizou o projeto de ampliação de sua capacidade de geração de energia elétrica a 51,6 MW/h com comercialização de 15 MW/h de excedentes.
Na safra 2024/25, a Agropéu, assim como outras usinas de Minas Gerais, conviveu com seca na maioria dos dias do ciclo produtivo.
Confira:
Quem é a empresa da Eslováquia
O grupo eslovaco AZC Orbis Invest destaca-se como “grupo empresarial da Europa Central operando em mais de 20 países globais, incluindo Hungria, Alemanha, Romênia, Cazaquistão e EUA.”
A empresa faz sua estreia nas Américas com a compra de 50% da Usina Agropéu.
O grupo eslovaco atua sempre em parceria com outros sócios em diversos setores no mundo, como transportes, distribuição, produção de combustíveis, alimentos, bebidas, biocombustíveis, construção, tecnologia e química. Recentemente, a AZC deu início às suas atividades na Índia.
O grupo, o maior produtor de biocombustíveis do Leste Europeu, já tem participação em 12 empresas do segmento.
A entrada da AZC no capital da Agropéu representa uma tacada estratégica da empresa eslovaca. Já para a companhia brasileira, o negócio permitirá a ela ampliar sua produção e sua presença no mercado brasileiro.
A Agropéu tem capacidade para moer 1,5 milhão de toneladas de cana-de-açúcar por safra.
Richard Szabó, diretor de desenvolvimento de negócios da AZC, disse ao Valor, em nota, que escolheu o Brasil porque o país é “um dos players mais fundamentais do setor de açúcar e biocombustíveis”.
A operação “representa para nós um próximo passo natural e lógico, considerando que o Brasil tem um enorme potencial futuro na indústria de açúcar e biocombustíveis e histórico muito positivo na Europa”, afirmou.
Também em nota, Geraldo Otacílio Cordeiro, diretor-presidente da Agropéu e herdeiro dos fundadores da empresa, disse que “com a experiência internacional da AZC e nossa força local, estaremos prontos para expandir nossa atuação e contribuir ainda mais para o desenvolvimento da produção de açúcar, etanol e energia no Brasil”.
A transação contou com a consultoria técnico-financeira da Datagro, que aproximou as duas empresas. Para Guilherme Nastari, diretor da consultoria, “os investimentos da AZC reforçam a importância e protagonismo do Brasil na produção de energias renováveis”.