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PSA vê desafios para carro flex ganhar Europa

Os carros e motores bicombustíveis, que foram apresentados com alarde nos último salão de automóvel de Paris pela maioria das montadoras com fábricas no Brasil, ainda terão que enfrentar um desafio para serem exportados em escala para Europa. A oferta limitada de álcool nos países europeus ainda é um fator que precisa ser superado, na avaliação de Yann Delabrière, diretor de controle e desempenho e presidente do Comitê Mercosul do grupo PSA Peugeot Citroën.

“Existe potencial, mas hoje o único país europeu que tem uma experiência nessa área é a Suécia. Exportarmos a partir do Brasil esse tipo de veículo vai depender do desenvolvimento desse mercado”, lembra.

No Brasil, 80% dos veículos da PSA são flex fuel. Além dos motores 1.4 e 1.6 litros, que já rodam a álcool e gasolina, a empresa tem planos de fazer a versão 2.0 litros também bicombustível. A fábrica de motores da empresa no Brasil, localizada em Porto Real (RJ), onde também são produzidos automóveis das marcas Peugeot e Citroën, tem capacidade para produzi 135 mil motores por ano. “O Brasil é por enquanto o único País com condições de produzir álcool em escala em condições competitivas”, diz.

O interesse dos europeus na tecnologia, no entanto, cresce na medida em que aumentam as pressões ambientais em relação à redução de emissões. A meta da Comunidade Européia é de se chegar a 150 gramas de CO2 por quilômetro rodado. Além do uso da tecnologia flex fuel, a Europa discute também a adição de 10% de álcool em toda a gasolina consumida nos países do bloco econômico e também do biodiesel.

Por aqui, a PSA iniciou em 2003 os primeiros testes na área de biodiesel, em parceria com o Laboratório de Desenvolvimento de Tecnologias Limpas (Ladetel), ligado à Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras da USP de Ribeirão Preto. Os testes foram feitos com um Peugeot 206 e um Citroën Xsara Picasso, que rodaram quase 180 mil quilômetros com o chamado B-30, constituído por uma mistura de 30% de biodiesel de soja e 70% de diesel de petróleo metropolitano. Uma segunda fase de testes foi lançada em outubro que contempla a mistura de soja, mamona e palma.