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Projetos se respaldam na demanda do exterior

A Petrobras foi a primeira companhia a anunciar a construção de um alcoolduto no país para escoar a produção de etanol. O percurso do duto da estatal, de 1.056 quilômetros, sai de Senador Canedo (GO), e vai até Paulínia (SP), seguindo para São Sebastião (SP) e Ilha DÁgua (RJ).

Com o “boom” dos investimentos do etanol há quatro anos, em função da forte demanda externa, muitos grupos anunciaram aportes em construção de novas usinas no Centro-Oeste, região pouco privilegiada para escoar o produto.

O projeto da Petrobras, se for concluído, preencheria essa brecha. Em recente entrevista ao Valor, a Petrobras informou que acredita em uma integração entre os três projetos de alcooldutos anunciados, que somam aportes, juntos, de US$ 3 bilhões. O da estatal deverá ser tocado em parceria com a construtora Camargo Corrêa e a trading Mitsui. A estatal planeja buscar parcerias para a montagem da estrutura dos dutos.

Analistas ouvidos pelo Valor afirmam que não há mais muita pressa para se tocar os projetos de alcooldutos no país, uma vez que a queda da demanda internacional por álcool reduziu a urgência desses investimentos. Sérgio Van Klaveren, da Uniduto, discorda. Ele afirmou que o alcoolduto é um projeto de longo prazo, mesmo que a demanda atual não esteja tão firme no mercado.

A Brenco, que passa por reestruturação financeira, também tem um projeto para a construção de dutos para escoar álcool. Segundo Alfredo Freitas, diretor-financeiro da companhia, a empresa também está em busca de parcerias. “Estamos em fase de desenvolvimento do projeto de engenharia.” (MS)