Mercado

Projetos para a fabricação de carro flexível ou bicombustível estão na reta final

As montadoras de veículos finalizam projetos para a fabricação do

carro flexível ou bicombustível, que pode rodar tanto com álcool como

com gasolina. As companhias estão animadas com o novo motor, diz o

presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos

Automotores (Anfavea), Ricardo Luís dos Santos Carvalho, sem

mencionar quando o novo veículo deve ser disponibilizado no mercado.

Segundo Carvalho, o motor bicombustível é apontado como alternativa

para uma possível falta de petróleo, por conta da escassez das

reservas ou de guerras envolvendo países produtores, e também porque

pode oferece uma nova opção para consumidores de outros países.

“O carro flexível é uma resposta avançada por ser um produto que

deixa ao consumidor a opção de escolher entre um e outro

combustível”, comenta o executivo. Ele não quis detalhar sobre preços

do novo motor. Mas lembrou que os modelos que já contam com versões a

álcool “irão oferecer mais facilidade de adaptação pelas montadoras”.

Conforme Henry Joseph Júnior, presidente da comissão de Energia e

Meio Ambiente da Anfavea, o preço do bicombustível será pouco

superior ao de um modelo a álcool. Ele e o presidente da entidade

participaram ontem do 4º Fórum de Energia Renovável e Álcool-

Combustível, realizado em Sertãozinho, cidade onde, a partir de hoje,

ocorre a décima versão da Feira Internacional Sucroalcooleira

(Fenasucro).

Joseph Júnior disse que há pouca diferença de preço entre o carro a

álcool e o veículo com motor flexível porque os automóveis a álcool

já vêm com uma série de alterações de fábrica, como bateria maior,

sistema para ignição a frio e revestimento de tubos, entre outros

itens.

Conforme o presidente da Anfavea, além do mercado interno as

montadoras pretendem comercializar os modelos flexíveis no mercado

externo. Independente se feito a partir da cana-de-açúcar, o álcool é

apontado como alternativa carburante limpa no lugar do petróleo e, no

caso dos Estados Unidos, por exemplo, é fabricado álcool a partir do

milho.

Outro motivo que anima as montadoras em relação ao motor

bicombustível é que ele foi contemplado pela política do governo

federal de incentivo ao álcool. Ou seja: se o motor movido ao

derivado da cana-de-açúcar tem redução de Imposto sobre Produto

Industrializado (IPI), o mesmo ocorrerá com o bicombustível. Desta

maneira, seu custo de produção será menor para as montadoras e,

assim, elas poderão implementá-lo no mercado externo em modelos

populares e não.