A qualidade da matéria prima utilizada atualmente na atual safra com excelentes resultados por algumas empresas, tanto no processo de colheita “semi-mecanizado” ou mecanizado com colhedoras, sempre foi na indústria Sucro-Alcooleira Brasileira, a preocupação desde décadas, quando o extinto Instituto do Açúcar e do Álcool através da Resolução 109/45 de 27/ 06 / 1945 dizia :
“A CANA FORNECIDA DEVERÁ SER FRESCA, MADURA,CONVENIENTEMENTE LIMPA E DESPALHADA”
A cana fresca, entende-se que após a queima, as canas deverão vir para industrialização o mais rápido possível, evitando com isto perdas desnecessárias em açúcar – ATR / t – R$ / ha.
Madura: requer o melhor aproveitamento da curvas de maturação da variedade, quer com a maturação normal ou a induzida através do uso de maturadores, otimizando a tonelagem/ pol/ ha, principalmente no início da safra (precocidade) ou no final da safra, aumentando o Período Útil de Industrialização (PUI) e mantendo elevados os valores de pol% cana dos canaviais.
Convenientemente limpa : entende-se a necessidade de derrubar os paradigmas do corte e dos processos de colheita (corte, carregamento e transporte), reduzindo significativamente as “impurezas minerais” ou terra % para a indústria .
Despalhada : englobam também os cuidados no corte manual, separando as “impurezas vegetais” ou ponteiros, folhas verdes e secas, do “eito” que vai ser carregado ou durante o processo de regulagem do “extrator” das colhedoras em função da adversidade ocasionadas por : variedade, clima, horário, umidade folhas, estado e porte do canavial, tipo de corte – com ou sem queima prévia
Através do Projeto “CANA COM QUALIDADE” sabe-se que para adotar a qualidade nas operações agrícolas, requer-se vários requisitos :
a) primeiramente “quebrar uma série de paradigmas” na Empresa;
b) aceitação das gerências pela necessidade do projeto;
c) o treinamento do homem para aceitar o uso da qualidade , como uma importância vital nos dias atuais;
d) acompanhar intensivamente seu desempenho, e as metas predeterminadas e finais da indústria, em todo seu segmento produtivo;
Vários procedimentos e atitudes agronômicas deverão ser implementadas pelo PROJETO QUALIDADE , para atender necessidades atuais , a saber :
CANA FRESCA :
Programar tamanho de talhões em função da queima e das capacidades de colheita diária;
Seguir as pré-análises nas áreas, liberando-as para corte preferencialmente no ápice da curva % de pol (ATR) / ha ;
Colher no mais curto tempo o que foi queimado no dia ;
Evitar presença de sobras de cana em pé após queima (marimbas ou corujas ) no final do dia de corte;
Fiscalizar estado das facas da colhedora e tamanho padrão tolerável dos facões dos cortadores;
Atentar aos EPI’s necessários ao trabalhador;
Fiscalizar as perdas no campo e controlar a catação ao mínimo;
Programar eficientemente o transporte, otimizando-o ao máximo;
Controlar e reduzir as horas após a queima ao mínimo.
CONVENIENTEMENTE LIMPA :
Sistematizar suas lavouras, adaptando o campo a máquina para que atendam o desempenho para a colhedora e todas operações mecanizadas na cultura , e na melhoria da qualidade da matéria prima desde o sistema tradicional até para as colhedoras;
Nivelar os terrenos com cultivos bem feitos, evitando desníveis que só favorecem ao aumento da terra%
Treinamento e obediência de normas no corte manual na disposição e alinhamento das canas no terreno;
Treinamento e obediência de normas para carregamento mecânico no uso do “rastelo” e das “garras“ visando diminuição da terra %;
Adotar métodos de amostragem precisos e confiáveis de terra % nas cargas, realizadas pelo laboratório industrial .
BEM DESPALHADA
Treinar cortadores, visando incentivar redução palha e folhas e ponteiros junto com as cargas, melhorando a qualidade industrial.
Cuidados no corte manual, separando as “impurezas vegetais” ou ponteiros, folhas verdes e secas, do “eito” que vai ser carregado;
No corte mecanizado regular a velocidade do “extrator primário”, em função das diferentes condições de trabalho;
Alinhamento e o paralelismo das linhas ;
Colheitabilidade das variedades e regulagens do desponte pela colhedora, contribuindo na redução significativa ou até na eliminação de palmitos verdes e folhas nas cargas.
Na safra 2002-2003, nota-se que os mercados interno e principalmente o externo, estão tornando-se “exigente cada vez mais em qualidade”.
E’ impossível aceitar que poucos funcionários do setor produtivo agrícola : CORTE MANUAL, CARREGAMENTO ou COLHEITA MECÂNICA , fiquem “alheios” aos interesses maiores da EMPRESA , pois preocupados
em CUMPRIR METAS DE QUANTIDADE , possam prejudicar a QUALIDADE, sujando as cargas de cana com IMPUREZAS e MATERIAS ESTRANHAS.
Estes procedimentos incorretos na colheita, podem causar na INDUSTRIALIZAÇĀO PREJUÍZOS ENORMES , a saber:
Desgastes componentes da MOENDA, BOMBAS, ESTEIRAS, TONELADAS DE ELETRODOS PARA MARTELOS E MOENDAS;
Aumento da TERRA % na industria – resultam reduções significativas de terra% no tanque de sedimentação;
Aumento das IMPUREZAS VEGETAIS causam aumento no “PESO DO BOLO ÚMIDO–PBU, resultando PERDAS NO VALOR RELATIVO / CANA ;
Várias Empresas Sucro-Alcooleira – de todas as regiões do Brasil, são exemplo de Eficiência de Qualidade, trabalho de todo uma Equipe Industrial e Agrícola, que abraçados no mesmo ideal , já conseguem , mesmo as localizadas em topografias favoráveis (suaves onduladas, tabuleiros ou chãs) e as localizadas em regiões declivosas ( sul de PE : e norte de AL) e apresentam as seguintes vantagens no “Projeto Qualidade”:
VANTAGENS INDUSTRIAIS :
Melhoria no % DE EXTRAÇÃO INDUSTRIAL;
Redução PO L % NO BAGAÇO
Melhoria na EXTRAÇÃO EM AÇÚCAR
Maior SOBRA DE BAGAÇO ;
Menores perdas % AÇÚCAR % na TORTA;
Melhoria na COR DO AÇÚCAR
Maior LUCRATIVIDADE FINAL
META DE TODOS:
“Fazer o melhor açúcar e álcool com a melhor matéria–prima”
Victório Laerte Furlani Neto – Prof.Dr. – UFSCar –CCA
Efraim Albrecht Neto – Eng.º Agr. Mestrando UNICAMP
Ney Barros Avelino Sidou – Eng.º Agr. Mestrando ESALQ
Prof. Dr.Victório L. Furlani Neto , UFSCar – CCA- Araras – SP – e-mail : [email protected] ou (19) 542-4005