O projeto da Petrobras para criar no país uma infra-estrutura logística, e com isto estimular as exportações de álcool, tem como ponto de concentração e distribuição a refinaria de Paulínia, em São Paulo. Já o Porto do Rio de Janeiro será a área de escoamento para o exterior.
Faz parte dos planos da estatal unir forças com outra gigante: a Companhia Vale do Rio Doce. A idéia é usar as ferrovias da Vale próximas às regiões produtoras de álcool como Ribeirão Preto, Triângulo Mineiro e Goiás.
Marcelino Gomes, diretor de Dutos e Terminais da Transpetro, subsidiária da Petrobras, explicou que o projeto da estatal prevê cinco etapas, nas quais serão investidos US$320 milhões. As duas primeiras dotarão o país, já em 2007, de uma capacidade de exportação de 4 bilhões de litros de álcool por ano.
Trinta anos depois de ter iniciado seu programa do álcool, o Brasil tem tudo em tecnologia e logística para se tornar um grande exportador para mercados da América do Sul, da China e do Japão — afirmou Gomes.
Planos de construir um corredor de exportação
A primeira fase do projeto da Petrobras já está sendo implementada: fazer com que o duto chamado Osrio, que hoje transporta diversos combustíveis como gasolina e diesel, volte a ser um transportador de álcool, como era originalmente. O Osrio sai da Refinaria de Paulínia, em São Paulo, e transporta combustível até o Rio. Na segunda fase do projeto, a companhia vai construir um duto ligando Taubaté à Paulínia com 190 quilômetros de extensão, de onde o álcool seguirá para o Rio pelo Osrio.
— Vamos dotar o país de um verdadeiro corredor exportador de álcool — destacou .
Na etapa seguinte, a Petrobras pretende construir outro duto para levar álcool de Sertãozinho, região próxima a Ribeirão Preto, até Paulínia, percorrendo um total de 200 quilômetros. Posteriormente, a companhia pretende construir um terminal para receber o álcool em Conchas, no Oeste de São Paulo, transportado pela hidrovia do Tietê. Por este caminho será levado o álcool produzido no Paraná e na Região Centro-Oeste.
A última etapa do projeto será a construção de um duto para transportar álcool de Guamaré até o Terminal de São Sebastião, ambos em São Paulo. Assim será possível exportar álcool tanto pelo Porto do Rio como por São Sebastião, em São Paulo. (Ramona Ordoñez)