Safra 2024/25

Projeto Campo Futuro apresenta custos de produção de cana e grãos em Chapadão do Sul

Evento destaca desafios e perspectivas para a safra 2024/25 no Centro-Oeste

Projeto Campo Futuro apresenta custos de produção de cana e grãos em Chapadão do Sul

O Sistema CNA/Senar promoveu, no sábado (31), em Chapadão do Sul-MS, o evento do Circuito de Resultados do Projeto Campo Futuro. O encontro teve como objetivo apresentar os principais dados dos levantamentos dos custos de produção de cana-de-açúcar e grãos referentes à safra atual no Centro-Oeste brasileiro.

Realizado em parceria com o Sistema Famasul/Senar-MS e o Sindicato de Produtores Rurais de Chapadão do Sul, o evento trouxe aos participantes uma análise abrangente sobre riscos, mercado, comércio internacional, além de aspectos relacionados à produtividade e margens das atividades agrícolas.

Eduarda Lee, assessora técnica da CNA, destacou a relevância do detalhado levantamento dos custos de produção realizado pelo Campo Futuro, desenvolvido em parceria com universidades e centros de pesquisa. “O foco é aumentar a eficiência produtiva e a rentabilidade das atividades agrícolas”, explicou Lee, mencionando os 155 painéis realizados em todo o Brasil, incluindo 34 voltados para grãos em 13 estados e 15 para cana-de-açúcar em nove estados. No Mato Grosso do Sul, foram realizados 15 painéis em 12 municípios, com a participação de mais de 100 produtores.

André Dobashi, presidente da Comissão de Cereais, Fibras e Oleaginosas da CNA, comentou os desafios da safra 2023/24 em Mato Grosso do Sul. “Tivemos uma safra de soja abaixo do esperado, com um rendimento de menos de 45 sacas por hectare, o que representa uma queda expressiva.” Em relação ao milho safrinha, Dobashi destacou a falta de chuvas desde fevereiro, resultando em uma quebra de mais de 35% na safra. “Esperávamos colher mais de 13 milhões de toneladas, mas a previsão é de apenas 9 milhões”.

Mauro Osaki, pesquisador do Cepea/Esalq-USP, apresentou um panorama sobre os custos de produção de grãos e as melhorias no processo gerencial. Ele apontou que a safra 2024 foi marcada pela redução na disponibilidade de insumos e pelos efeitos negativos nos preços e na produtividade, comprimindo a rentabilidade dos produtores. “A safra 2023/24 foi extremamente desafiadora, com resultados negativos históricos para o trigo e duas safras consecutivas de rentabilidade negativa para a soja”, destacou.

Na produção de cana-de-açúcar, Nelson Perez, presidente da Comissão Nacional de Cana-de-Açúcar da CNA, alertou para os impactos das queimadas recentes que atingiram lavouras no Centro-Sul, prevendo uma redução ainda maior na produtividade, especialmente no terço final da safra. Ana Carolina França, analista de custos do Pecege Consultoria e Projetos, detalhou o cenário de custos de produção de cana, destacando o aumento nos custos com insumos e mão-de-obra na safra 2024/25.

Embora a receita da atividade canavieira tenha sido suficiente para cobrir custos operacionais e depreciação de ativos, Ana Carolina alertou que a rentabilidade continua comprometida quando se consideram os custos de oportunidade. “Mesmo com a expectativa de recuperação no preço do etanol, a queda no preço do açúcar limita os ganhos dos produtores”, afirmou.

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