O Projecto Agro-Pecuário e Industrial “Aldeia Nova”, desenvolvido na região do Waco Kungo, município da Cela, província do Kwanza Sul, pretende, a longo prazo, relançar a indústria açucareira com a exploração de 120 hectares de cana-de-açúcar.
Segundo a 18ª edição do Boletim Informativo “ECOS”, do projecto Aldeia Nova, que a Angop teve acesso hoje (sexta-feira), em Luanda, a direcção do projecto criou, em 2007, um viveiro perto da Aldeia 12, no município da Cela, numa área de 120 hectares, dos quais foram já plantados 12 hectares com duas variedades comerciais e um canteiro com 13 variedades genéticas para avaliação e desenvolvimento.
A publicação refere que, após visitas ao Brasil e ao Uganda do director-geral do Aldeia Nova, José Cerqueira, em 2007, foram adquiridas 120 toneladas de duas variedades originárias da Índia e plantadas na indústria Sango Bay no Uganda, por recomendação da empresa consultora.
O informativo explica que a partir desta aquisição foram preparados 12 hectares, para a propagação das 120 toneladas, adiantando estar já igualmente plantados 13 novos clones de material genético, para estudo e análise do potencial genético tanto do Brasil como de outras regiões produtoras.
O periódico esclarece que a iniciativa do projecto em desenvolver a indústria açucareira foi antecedida por estudos técnicos e de viabilidade solicitados pela administração do Aldeia Nova a uma empresa especializada.
“Os resultados indicavam a criação dos viveiros numa zona próxima da Aldeia 12 do município da Cela, com uma área disponível de 120 hectares”, lê-se boletim ECOS.
Fruto dos resultados dos estudos, salienta, deu-se o primeiro passo com a importação de 120 toneladas de duas variedades de cana-de-açúcar indianas, produzidas no Brasil. Em breve, o projecto receberá do Brasil material genético superior, com características de resistência à seca e a doenças que danificam a cultura, adianta.
O boletim sublinha que a evolução desta nova tecnologia é muito grande, devido sobretudo ao Brasil, o maior produtor mundial e, por coincidência, é no Estado de São Paulo, uma região brasileira do interior e planáltica, como o município da Cela, onde se encontram as maiores unidades produtoras e transformadoras de canas-de-açúcar.
Segundo a publicação, em Angola, o projecto idealizado para o relançamento da indústria açucareira crescerá essencialmente no Waco Kungo e na província do Cunene. Hoje o PAN já apresenta um viveiro de produção e propagação de sementes genéticas e comerciais no município da Cela e uma área seleccionada no Cunene.
Os benefícios directos e indirectos da indústria açucareira atingirão mais de 40 mil pessoas em trabalho e em oportunidades de mercado como a criação de pequenas, médias e grandes empresas de segmentação distinta.
Actualmente a indústria açucareira esta a conquistar o mercado internacional. Para além da produção alimentar, o álcool e os açúcares refinado e mascarado são a melhor fonte de biocombustíveis, adicionados a gasolina, em muitos países.
“O Brasil, um dos principais, produtores e maior exportador mundial de etanol de cana, propõe-se duplicar em cinco anos a sua produção, que hoje atinge os 17 milhões de litros anuais, para responder à procura na Europa, Ásia e América do Norte”, lê-se no periódico.
A primeira fase do Projecto Aldeia Nova foi inaugurada, em 2005, pelo Presidente da República, José Eduardo dos Santos, e está orçada em 70,5 milhões de dólares. O mesmo vai beneficiar 600 famílias, entre ex-militares e deslocados de guerra.