Mercado

Programa biodiesel tem muitos parceiros e pouco apoio

A cada dia os pesquisadores do Departamento de Química da Universidade de São Paulo, campus Ribeirão Preto (SP), têm conseguido mais apoio para o projeto biodiesel a partir do álcool de cana para introduzí-lo na matriz energética nacional. Mas o grande desafio da equipe ainda é conquistar o setor sucroalcooleiro.

“Precisamos da indústria sucroalcooleira para a implantação efetiva do Programa Nacional do Biodiesel, para incentivarmos a produção do etanol etílico e não do metílico. Com o apoio, o setor poderá expandir os seus mercados com o uso alternativo do álcool de cana, sendo que já utiliza o anidro e o hidratado para movimentar motores do ciclo otto, movidos a álcool e gasolina. Agora poderá movimentar os motores do ciclo diesel”, frisa o coordenador do projeto, professor e Dr. da cadeira de química orgânica, Miguel Dabdoub.

Os técnicos da USP conseguiram a reação química entre um óleo vegetal e álcool de cana em apenas 30 minutos, tornando-o tecnicamente e economicamente viável. O processo de fabricação do biodiesel pode ser feito em pequena ou larga escala através de parcerias com as usinas e indústrias metal-mecânicas. “A Central de Álcool Lucélia e a Dedini têm se manisfestado. Precisamos do apoio das indústrias para trabalhar de forma contínua, para reduzirmos o processo para 10 minutos. Pretendemos comercializar o produto em 2005”, confirma o coordenador.

Para Dabdoub, parceiros não faltam, inclusive as montadoras Peugeot – Citroën e Volkswagen já apóiam esse projeto, inclusive a própria Peugeot tem interesse em fabricar veículos leves movidos a biodiesel no Brasil. “Se o setor sucroalcooleiro incentivar de maneira intensiva a implantação do biodiesel e o plantio de oleaginosas, desencadeará uma verdadeira avalanche de projetos e de desenvolvimento tecnológico, econômico, além de um incremento na geração de empregos, inclusive usar a ociosidade do segmento”.

A experiência da USP foi obtida a partir do desenvolvimento do “Projeto Biodiesel Brasil” e o Ministério da Ciência e Tecnologia — MCT, que atualmente coordena o Programa Nacional Probiodiesel. A grande novidade do projeto é a produção contínua e a purificação da glicerina e de um fertilizante obtido como subproduto do processo.

Confira matéria completa na edição de abril do JornalCana.

Banner Evento Mobile