Plantação de amendoim em Campo Novo do Parecis, leguminosa pode ser uma alternativa na produção de biocombustível
Fabiana Reis
Especial para A Gazeta
O amendoim é uma planta herbácea, da família das leguminosas, cujo fruto é bastante apreciado em qualquer época do ano, especialmente durante as festas juninas. Seja torrado e salgado ou com cobertura de chocolate, o famoso pé-de-moleque e a paçoquinha, os derivados do produto seduzem as pessoas, que consumem o fruto industrializado e nem ao menos sabem o potencial oleaginoso dele, o que está sendo encarado pelos produtores rurais como uma nova oportunidade de negócios, haja vista a possibilidade do óleo extraído do grão ser utilizado na produção de biocombustível.
O pesquisador da Empresa Mato-grossense de Pesquisa, Assistência e Extensão Rural (Empaer-MT), Norival Tiago Cabral, afirma que ainda não há pesquisas acerca da produção de amendoim em solo mato-grossense, mas revela que os estudos devem começar daqui a pelo menos um ano, o que deverá animar os produtores. “Não temos tantos pesquisadores e por isso, em muitos casos temos que iniciar o trabalho seguindo um critério de prioridades, como está acontecendo com o pinhão manso, que era carente de pesquisas e, diante da possibilidade de se tornar uma fonte econômica no Estado, nossas atenções estão focadas nele”, diz ao explicar que a intenção dos pesquisadores é boa, no entanto falta estrutura para o fomento às pesquisas.
A atenção dos produtores está pautada na alta potencialidade de óleo que a leguminosa possui, e por ela estar entre as quatro maiores produtores, sendo superior à soja e inferior apenas à mamona e ao girassol. “Pela literatura temos a informação de que o amendoim possui 39% de teor oleaginoso, produzindo até 700 quilos de óleo por hectare ao ano, enquanto que a soja rende 400 quilos nas mesmas condições”, destaca Cabral ao completar que com todas estas vantagens a cultura se torna rentável para os produtores rurais, no entanto, ainda falta embasamento técnico e científico por parte da Empaer para recomendar o investimento na cultura no Estado, principalmente no que se refere ao combate de doenças e pragas nas folhas da planta.
Ele explica que os primeiros passos para a pesquisa sobre o amendoim vão ser embasados na seleção de material genético, para verificar qual a variedade que se adapta melhor às condições de solo e climáticas de Mato Grosso. Nesta fase será incluído levantamentos sobre o manejo do solo, controle de pragas e espaçamento entre as plantas. “A pesquisa do amendoim demandariam cerca de quatro anos, mas com a possibilidade de firmar parcerias com órgãos públicos e privados, podemos antecipar as etapas e obter informações conclusivas mais cedo”, destaca.
Cabral completa dizendo que no Estado há agricultores que cultivam o amendoim há vários anos (em menor escala) e que as dificuldades estão justamente no controle de doenças. “Outro obstáculo que eles têm de enfrentar é com relação à aquisição de financiamentos nas agências bancárias, em decorrência da escassez de informações técnicas que são divulgadas pelos órgãos competentes para recomendar a produção, item fundamental para a liberação dos recursos aos produtores.