A expectativa da chegada da Brenco (Companhia Brasileira de Energia Renovável) ao Mato Grosso do Sul motivou 110 produtores de cana da região de Costa Rica, no Norte do Estado, perto da divisa com Goiás, a firmar um contrato de arrendamento de 40 mil hectares. Os agricultores vêem na cana um potencial para diversificação.
Os contratos foram assinados individualmente, numa negociação informal. Atualmente, a área plantada na região é de 3,5 mil hectares, área deverá chegar a 5 mil hectares até de agosto. Produtores dos municípios de Paranaíba e Alto Taquari, em Mato Grosso, e Mineiros, em Goiás, também serão beneficiados com a instalação das usinas da Brenco.
A empresa, que no início de agosto recebeu aporte de R$ 1,2 bilhão do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) para a implantação do Pólo de Alto Taquari-Mineiros, afirma que as quatro unidades que estão sendo construídas terão capacidade instalada para moer 15 milhões de toneladas de cana por safra.
O volume processado vai permitir a produção de 1,4 bilhão de litros de etanol e garantirá a exportação de até 220 MW de energia elétrica gerada a partir do bagaço da cana. Os investimentos totais da Brenco ns quatro projetos somam R$ 1,8 bilhão, divididos entre as áreas industrial, agrícola e de cogeração de energia.
A empresa de participação do BNDES também negocia sociedade com o grupo nas quatro usinas. A fatia deverá ficar entre 15% a 20%. Duas unidades têm início das operações previsto para 2009. As outras duas deverão começar a moer em 2010.
Potencial de MS
Mato Grosso do Sul apresenta um dos maiores crescimentos na produção de cana-de-açúcar do País. Na região Centro-Oeste, é o segundo Estado, com estimativa de mais de 22 milhões de toneladas para a safra 2008. O número representaria 33,5% da produção da região, segundo dados do último levantamento da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento).
O Estado possui 11 usinas de açúcar e álcool instaladas. Outras 26 deverão ser implantadas com investimentos previstos de R$ 6,8 bilhões. De acordo com a Famasul (Federação de Agricultura e Pecuária de MS), mais 27 usinas estão em fase de estudos.