A produção industrial brasileira cresceu em maio no maior ritmo em um ano, estimulada pela atividade de setores voltados ao consumo doméstico e de insumos energéticos.
Em comparação aos meses anteriores, os dados mostram, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que o ritmo de expansão da indústria está ganhando força.
A produção aumentou 1,3 por cento sobre abril –a maior taxa desde maio de 2004. Em relação a maio do ano passado, houve expansão de 5,5 por cento, na 21a taxa positiva consecutiva nesse tipo de comparação.
“O perfil mais generalizado em maio sugere que, além das vendas externas, há fatores que estão estimulando o consumo interno. As ofertas de crédito, o nível de ocupação e a queda da inflação influenciam os setores ligados ao nível de renda, que são duráveis e não-duráveis”, disse a jornalistas Isabella Nunes, responsável pela pesquisa do IBGE.
“Os sinais de recuperação dos não-duráveis que se esperava para 2005 aparecem agora em maio, mas precisam de uma confirmação em junho.”
A produção de bens de consumo duráveis aumentou 3,7 por cento em maio ante abril e 21,4 por cento sobre maio de 2004.
A atividade de bens de consumo semiduráveis e não-duráveis interrompeu três meses de queda e subiu 0,6 por cento contra abril e 7,5 por cento sobre maio do ano passado aumentou.
Entre os setores, as maiores altas na comparação com abril foram de Refino de petróleo e produção de álcool (7,6 por cento), Material eletrônico e equipamentos de comunicações (5,3 por cento), Fumo (14,9 por cento) e Máquinas e equipamentos (1,8 por cento).
Segundo Isabella, a força da produção de petróleo deve-se à ausência de paralisações em unidades da Petrobras e à entrada em operação, já programada, de mais unidades.
A atividade de álcool está sendo beneficiada pela boa safra de cana-de-açúcar e pelo estímulo da indústria que começou a produzir carros bicombustível.
O IBGE acrescentou que em relação a abril, a produção de bens de capital elevou-se 3,4 por cento e a de bens intermediários, 0,8 por cento.
Sobre maio de 2004, a atividade de bens intermediários subiu 2,7 por cento e a de bens de capital, 3,5 por cento.
ECONOMIA EM ACELERAÇÃO
Isabella disse que não há dúvidas sobre o crescimetno econômico do país, mas que seu ritmo não estava claro e que os dados da indústria de maio mostram que é maior do que no início do ano.
No bimestre abril/maio, o crescimento da indústria foi de 5,9 por cento sobre igual período de 2004, acima da taxa de 3,8 por cento apurada no primeiro trimestre deste ano.
“Os resultados mostram que a tendência é favorável e que o ritmo está aumentando”, disse.
No ano, a produção industrial acumula alta de 4,7 por cento e nos últimos 12 meses, de 7,2 por cento.