A possibilidade de queda das restrições à entrada de etanol importado no mercado americano surge em um momento em que a produção brasileira é insuficiente até para atender o mercado interno. Mesmo os planos do governo de aumentar a participação da Petrobras nesse mercado como formadora de preço, como indica o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, podem não se concretizar. Isso porque ainda não está claro como serão feitos cortes no novo plano estratégico que a companhia prepara. No plano atual, até 2014, estão previstos investimentos de US$ 3,5 bilhões.
Ontem, um relatório da consultoria americana Eurasia Group destacou que as novas regulamentações que a Agência Nacional do Petróleo (ANP) colocou em audiência pública – desenhadas para reduzir a volatilidade do preço e a escassez na oferta de etanol – podem não ter o efeito que se espera.
A avaliação do analist a Jefferson Finch é que os regulamentos não são capazes de incentivar investimentos para aumentar a capacidade de refino do etanol ou o replantio de cana-de-açúcar, justo o que setor mais precisa depois da crise de 2008.
“A regulamentação pode reduzir a capacidade de alguns produtores de tirar proveito dos preços elevados de açúcar. E também pode impor custos adicionais de segurança de instalações de armazenamento adequado para os estoques”, afirma a Eurasia.
O relatório também destaca que “agências governamentais e empresas estatais que venderem etanol na entressafra estarão vulneráveis a pressões políticas para absorver choques de preços, o que pode desencorajar o investimento privado se os produtores enxergarem o setor como menos rentável”.