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Produção de cana não deve crescer na região de Jaú, SP

Amanhã (02) começa oficialmente a colheita da safra 2008 da cana-de-açúcar na região. A previsão é que saiam das lavouras da microrregião de Jaú (47 quilômetros de Bauru) entre 13 a 14 milhões de toneladas de cana, quantidade próxima do que foi colhido na safra passada. A previsão é da Associação dos Plantadores de Cana da Região de Jaú (Associcana).

De acordo com o ex-presidente da Associcana, Francisco Paulo Luiz Brandão, que atualmente faz parte da administração depois de estar à frente da entidade por 26 anos, deverá haver uma quebra na safra entre 5% a 6% devido à falta de chuva.

No entanto, o aumento da área plantada deverá compensar esta quebra, o que permitirá aos produtores colherem número similar de toneladas este ano em comparação com 2007. “É bem provável que tenha uma quebra, devido a falta de chuva no mês de dezembro e janeiro. As canas não cresceram como seria o normal. Tem muita cana, mas elas não se desenvolveram como deveriam”, confirma Brandão.

A mecanização da lavoura, substituindo a mão-de-obra dos cortadores, também é uma tendência para esta safra e as futuras. De acordo com Brandão, atualmente 50% da colheita na microrregião de Jaú, aproximadamente, é feita por máquinas.

No entanto, o número previsto de cortadores de cana que deverão ser contratados para atuar na colheita neste ano não deve ser muito diferente do ano passado. “Todo ano, a faixa é de 5 a 7 mil trabalhadores no corte de cana”, confirma Brandão.

Segundo ele, muitos vêm de longe, mas a grande maioria desses trabalhadores rurais são da própria região. “Tem uma parte que vem de Minas Gerais e uma outra que vem do Nordeste também”, confirma.

Preço

Para efeito de determinação do valor da tonelada da cana-de-açúcar, considera-se atualmente a quantidade de Açúcar Total Recuperável (ATR), contida na matéria-prima entregue na unidade de processamento, e o preço do quilograma do ATR.

Baseado nisso, o preço pago pelo mercado por tonelada de cana colhida, segundo Brandão, deve ficar entre R$ 32,00 e R$ 35,00. “Não temos uma expectativa de preços muito saudável não. Os preços vão continuar defasados”, comenta.

De acordo com o site do Instituto de Economia Agrícola, o preço do quilograma do ATR é determinado em função do preço do açúcar, nos mercados interno estadual (branco) e externo (branco e VHP), do preço cobrado pelo álcool anidro e hidratado (carburante e industrial, nos mercados interno estadual e externo), livre de impostos ou frete, do “mix” de produção de cada unidade industrial, ou seja, a quantidade produzida de açúcar e álcool, e da participação da matéria-prima nos custos de produção do açúcar e do álcool. (Davi Venturino)