Tendo em vista a crescente demanda internacional por fontes de energia em substituição aos combustíveis fósseis, a UFMA, por intermédio do Núcleo de Biodiesel da Universidade (NuBio), desenvolve pesquisas científicas relacionadas à produção energética a partir de biocombustíveis.
A matéria-prima mais estudada pelo NuBio é o coco babaçu, espécie de palmácea nativa do estado do Maranhão. Segundo um dos pesquisadores do Núcleo, professor Adeilton Pereira Maciel, o babaçu é uma ótima fonte de energia a partir da biomassa, pois apresenta grande aproveitamento na produção.
De acordo com pesquisas desenvolvidas pelo grupo, o óleo provindo do coco do babaçu, principalmente de sua amêndoa, tem conversão em biocombustível bruto de até 97,9%. O rendimento final, obtido após os procedimentos de lavagem (retirada do catalisador e dos resíduos de glicerina) e secagem em estufa, chega a índices de 82,4%. “Perdemos cerca de 15% de rendimento no processo de purificação, pois é necessário retirar do produto final a glicerina, que não pode ser queimada dada a sua conversão em acroleína (composto altamente cancerígeno) após a combustão”, explica o professor.
Apesar dos aspectos positivos da produção de biocombustível a partir do óleo do babaçu, Adeilton aponta os problemas da falta de produção em larga escala da matéria-prima e da escassez de pesquisa em melhoramento genético da planta. Segundo o professor, o produto proveniente da região amazônica é selecionado pelos pesquisadores da UFMA e encaminhado ao Maranhão. Desta forma, não é possível uma pesquisa detalhada das potencialidades de cada espécie da planta pelo NuBio.
O Núcleo de Biodiesel possui ainda pesquisas de produção de biocombustíveis a partir do amendoim, mamona, soja, pinhão-manso e sebo bovino, além de pesquisas com microemulsões (mistura química em que o material disperso possui aproximadamente 100 nanômetros) e catálise.