A produção mundial de etanol está elevando os preços das commodities agrícolas, que vão de ingredientes utilizados pela indústria como o açúcar até a carne bovina, disse Plínio Nastari, presidente da Datagro, uma das principais consultorias de açúcar e álcool do país. Nastari participou ontem da conferência da Organização Internacional do Açúcar (OIA), em Londres.
Segundo Nastari, a produção de etanol dos Estados Unidos, que deve crescer mais de 70%até 2012, utilizará 37% da atual oferta de milho do país para atender as necessidades produtivas referentes ao combustível, a partir dos 15% em 2006, informou as agências internacionais. As terras disponíveis para a safra de soja estão cada dia mais sendo destinadas ao cultivo de milho, o que reduz a oferta de soja e eleva os preços da ração animal, segundo a empresa.
Na China, a disputa pelo milho travada pelos setores de alimentos e de etanol poderão levar o país a reduzir suas exportações e se tornar importador de milho, segundo a Datagro. O interesse governamental nos biocombustíveis, fabricados a partir do milho, da cana-de-açúcar ou de óleos vegetais, é motivado pelo desejo de substituir os combustíveis fósseis, reduzir as emissões de gases gerados do efeito estufa e prestar assistência financeira aos agricultores. Programas de subsídio são os principais impulsionadores do crescimento do setor, principalmente na Europa. A produção mundial de etanol deve totalizar 34,5 milhões de litros em 2006, o que representa 3 por cento da demanda global por gasolina, de acordo com a Datagro.