“Acho que há uma certa incompreensão, na medida em que a posição de Fidel é de que a produção de biocombustíveis criaria problemas na produção de alimentos”, disse.
Fidel e Chávez criticaram os projetos brasileiros de produção de combustíveis, alegando que eles tirarão espaço de plantações de alimentos dos quais necessitam milhões de pessoas no mundo.
No artigo de ontem, o segundo nos últimos dias, Fidel advertiu sobre a possibilidade de “uma nova guerra para assegurar os fornecimentos de gás e de petróleo, que coloque a espécie humana à beira do Holocausto total”.
Segundo Garcia, “o problema do mundo é a falta de renda, não de alimentos”, e, no caso do Brasil, “nenhuma produção de biocombustíveis” reduzirá as áreas semeadas para a alimentação.
O assessor esclareceu que também não “significará derrubar uma árvore da floresta amazônica” e lembrou que a Venezuela “também estava interessada na produção de etanol e outros biocombustíveis”, a ponto de substituir parte da gasolina por etanol.
Garcia citou o caso dos presidentes do Equador, Rafael Correa, e da Bolívia, Evo Morales, que também se interessaram pela experiência brasileira com o etanol.
Correa, em visita oficial ao Brasil, disse que está decidido a colocar em prática um “agressivo” plano de desenvolvimento de biocombustíveis e presenciou a assinatura de um acordo neste setor entre a Petroecuador e a Petrobrás.
O diplomata boliviano Pablo Solón, um dos principais assessores do presidente Evo Morales, também elogiou o etanol. De acordo com ele, a expansão dos biocombustíveis como alternativa ao petróleo é recomendável, desde que obedeça a determinadas margens e limites.
Segundo Garcia, o etanol não pode se transformar em um “problema ecológico”, e sua produção será defendida pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva na Cúpula Energética que será realizada na Ilha de Margarita (Venezuela) em meados deste mês.
“O presidente Lula é um obcecado pelos biocombustíveis e não é agora que deixará de fazer propaganda disso”, ressaltou.