Para que o álcool se torne um combustível de uso mundial, passando efetivamente a substituir uma parte do consumo de petróleo, é preciso que o número de produtores se multiplique. Brasil e Estados Unidos respondem por cerca de 70% da atual produção, e, com esse grau de concentração, os países consumidores tendem a criar resistências contra a substituição — ainda que o uso do álcool reduza a emissão de gases poluentes que contribuem para o aquecimento global —, pelo temor de ficarem à mercê de um novo cartel. Mantido esse quadro, Brasil e Estados Unidos permanecerão como grandes consumidores isolados de etanol, perdendo-se, então, excelente oportunidade para se fomentar uma fonte de energia renovável. O Brasil não teme a concorrência nessa área, pois tem um custo de produção imbatível, e a tendência é de que os ganhos de produtividade aumentem por todo o ciclo, que vai do plantio da cana-deaçúcar a fabricação, armazenamento, comercialização e distribuição do álcool. Os Estados Unidos, por sua vez, têm tamanha demanda potencial de álcool que dificilmente será plenamente atendido pela oferta local. Dessa forma, Brasil e Estados Unidos podem se aliar por uma causa nobre, capaz de beneficiar especialmente países mais pobres situados em regiões tropicais, como a África subsaariana, a América Central, o Caribe e parte da Ásia. Por interesses políticos e econômicos, o presidente Hugo Chávez, da Venezuela, vem se contrapondo a essa iniciativa, na sua campanha permanente contra “o imperialismo ianque”. Ora, para a Venezuela, que faz parte do cartel da Opep e exporta a maior parte da sua produção de petróleo para os Estados Unidos, não interessa o fortalecimento do etanol como fonte de energia renovável. Mas o presidente Lula está deixando claro que não aceitará essa contrapressão, e nem campanhas fantasiosas sobre um suposto desmatamento da Amazônia pela canadeaçúcar. Até porque, pelo regime de chuvas e pelo tipo de solo da Floresta Amazônica, a cultura da cana seria inadequada: ela viraria um bambu sem açúcar.
Mais Notícias
Mais artigosEventos
25ª Conferência Internacional DATAGRO marca os 50 anos do Proálcool
Conferência Internacional DATAGRO reunirá autoridades, empresários, pesquisadores e especialistas para discutir as perspectivas do setor sucroenergético
Usinas
Saiba qual é a participação do setor de bionergia nas exportações do agro
Levantamento que divulga a participação do setor de bionergia nas vendas externas do agro é da Agrostat
Mercado
100 anos da CMNP é "sinônimo de habilidade", afirma Miguel Tranin, da Alcopar
Presidente da Alcopar, Miguel Tranin, comenta, em vídeo, sobre os 100 anos da CMNP
Mercado
Companhia Melhoramentos Norte do Paraná celebra 100 anos com evento no Ibirapuera
Evento histórico marca os 100 anos da Companhia Melhoramentos Norte do Paraná
Canabio
Produtividade da cana estagnada: até quando?
Práticas regenerativas mostram ganhos imediatos e desafiam modelos convencionais de produção
Meio Ambiente
Por que o etanol é solução imediata para os desafios da descarbonização, segundo a bp
Avaliação de como o etanol é solução imediata para os desafios da descarbonização é do CEO da bp bioenergy