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Presidente de associação de transporte de cargas quer união de forças

O presidente da ATR – Brasil, Marcelo Camargo, expressou em números as dificuldades do setor e apelou para o diálogo entre o setor produtivo, transportadoras, sociedade e governo para vencer os obstáculos que o transporte rodoviário de cargas enfrenta cotidianamente e que limitam o crescimento do PIB do País.

“Nossa associação é focada no transporte dirigido ao agronegócio, já que todos os nossos associados prestam serviços relacionados a esse segmento da economia nacional. Esse setor está em pleno crescimento com novas fronteiras agrícolas sendo abertas, levando progresso e transformando nosso País como novo líder na agrícola mundial. Nossa balança comercial agrícola é a que dá maior saldo positivo do mundo, que em 2003 bateu a marca recorde de US$ 26 bilhões.”, afirmou o presidente.

Lançamento – A cerimônia oficial de lançamento da Associação do Transporte Rodoviário de Cargas do Brasil – ATR – Brasil, realizada em Ribeirão Preto no dia 26 de novembro mostrou a importância e representatividade da Associação nos fóruns nacionais. A Associação nasce para reunir as empresas do transporte rodoviário de carga do país, especialmente as que atuam no transporte de commodities agrícolas. O objetivo é buscar alternativas para os gargalos que impedem o desenvolvimento do setor de transporte, como os altos valores das cargas tributárias, a insuficiente infra-estrutura nas rodovias e portos do país, os juros abusivos que impedem a atividade produtiva e a falta de regulamentação e apoio governamental.

O lançamento da ATR-Brasil contou com o apoio e a presença do Secretário de Estado da Agricultura, Antonio Duarte Nogueira Júnior, do Coordenador Geral de Estatística da Secretaria Nacional para a Política dos Transportes do Ministério dos Transportes, José Albanese, do Coordenador Executivo da NTC – Associação Nacional do Transporte de Carga do Brasil, Dimas Barbosa Araújo, do Membro do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social da Presidência da República e presidente das Usinas Cevasa e Moema, Maurílio Biagi Filho, do Deputado Estadual Arnaldo Jardim, que é vice-presidente da Comissão de Transporte da Assembléia Legislativa, o Presidente da Carol, José Oswaldo Galvão Junqueira, do presidente do Sindicato dos Autônomos de Cargas e de Passageiros do Estado de São Paulo, José Rodolfo Rodrigues.

Segundo dados do setor, a participação do modal rodoviário no transporte de carga do Brasil pode ser maior do que dizem os números oficiais. Os últimos números do governo federal são do ano 2000 e foram divulgados pela Empresa Brasileira de Planejamento de Transportes (Geipot). Naquele ano, a fatia das rodovias na movimentação de cargas do País foi de 60,49%, segundo o Geipot.

Considerando a dimensão continental do Brasil, a malha rodoviária pavimentada ainda é pequena, não corresponde à necessidade. No Norte e Centro-Oeste há muitas rodovias ainda não implantadas ou sem pavimentação. Considerando o tamanho e as condições geográficas, o Brasil poderia ter uma malha viária três vezes maior do que tem hoje. Isso exige investimentos de muitos bilhões de dólares, que não poderiam ser feitos de uma hora para outra. O projeto de lei que institui as Parcerias Público-Privadas, atualmente em análise pela Comissão de Constituição e Justiça do Senado, pode se constituir em alternativa para a recuperação das rodovias brasileiras.