Em plena escalada do preço do álcool combustível, o Ministério da Agricultura sofreu uma baixa, com saída do presidente da Câmara Setorial do Açúcar e do Álcool do Conselho do Agronegócio (Consagro), Luiz Carlos Corrêa Carvalho, que pediu demissão do cargo consultivo. O pedido foi feito ao ministro Luís Carlos Guedes Pinto entre o final de novembro e o início de dezembro, mas Carvalho foi convencido a ficar no cargo até o fim do ano passado – já que estava prevista uma reforma ministerial com o segundo mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o que não ocorreu.
“A minha decisão ocorreu porque meu ciclo no cargo acabou. Comuniquei o ministro e ele me pediu que ficasse até o final do ano passado. O período já venceu e não posso mais responder pela Câmara”, disse Carvalho. Apesar de ter deixado a presidência da Câmara Setorial do Açúcar e do Álcool, Carvalho ainda consta no comando do órgão no portal do Ministério da Agricultura.
Ligado ao ex-ministro da Agricultura Roberto Rodrigues, Carvalho foi indicado por ele para presidir a Câmara Setorial em 2003 por ser representante do setor produtivo, o que é exigência do cargo. Entre as sugestões feitas pelo órgão sob sua coordenação, Carvalho cita estudos sobre a projeção de oferta e demanda de combustíveis no País e políticas de redução e isonomia de alíquotas de ICMS entre Estados. Outra proposta, ainda não viabilizada, foi a dos contratos futuros para o álcool, que poderiam servir para retirar o combustível na safra e recolocá-lo no mercado na entressafra, como agora, estabilizando o preço.