O custo estimado para que o desmatamento brasileiro tenha um fim esta entre US$ 7 e US$ 18 bilhões até 2020. A afirmação é do Coordenador de Pesquisa do IPAM (Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia), Paulo Moutinho, que participou do 17º Fórum da Abag (Associação Brasileira de Agribusiness), dia 2 de dezembro, em São Paulo.
Doutor em Biologia, Moutinho afirma, no entanto, que esta estimativa de custo deve ser encarada como investimento. “As pesquisas apontam que a preservação da floresta Amazônica poderá render entre US$ 70 e US$ 110 bilhões nos próximos dez anos com negociações de crédito de carbono”, disse. A Amazônia possui 47 bilhões de toneladas de carbono armazenadas.
A redução do desmatamento foi um dos assuntos mais abordados durante o Fórum da Abag, que teve como tema central as ameaças e oportunidades para o Brasil na 15ª Conferência das Partes (COP-15) da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças do Clima, que reunirá 193 países em Copenhague, na Dinamarca, a partir do dia 7 de dezembro.
O Fórum da Abag reuniu cerca de 130 pessoas, entre lideranças do agronegócio, empresários e representantes do governo e de instituições de ensino e pesquisa. O setor sucroenergético foi representado pelo presidente da Unica (União da Indústria de Cana de Açúcar), Marcos Sawaya Jank.
Durante o Fórum, especialistas discutiram o estabelecimento de metas e prazos para a redução das emissões de gases do efeito estufa, uso combustíveis de baixo carbono, metodologias para calcular emissão e sequestro de gases de efeito estufa, mecanismos de redução de Emissões para o Desmatamento e Degradação das Florestas (Redd) e Mercado de Carbono.
Segundo o engenheiro agrônomo e pesquisador da relação entre agricultura, clima e meio ambiente, Carlos Cerri, o Brasil pode sair muito mais rapidamente do que os outros países do ranking dos emissores. “Se reduzirmos o desmatamento, aumentarmos a produção de biocombustíveis e substituirmos o plantio convencional pelo plantio direto podemos mitigar e deixar o Brasil em posição de destaque”.