O primeiro-ministro japonês, Junichiro Koizumi, chega ao Brasil hoje para uma visita de três dias, a primeira desde que assumiu o poder, em abril de 2001. A última visita de um chefe de Estado do Japão foi em 1996, com o também premiê Ryutaro Hashimoto, no mandato do presidente Fernando Henrique Cardoso.
Hoje e amanhã o primeiro-ministro deve se reunir com o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, e visitar projetos financiados por bancos japoneses.
Koizumi se encontrará com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva na quinta. Lula pretende visitar o Japão no próximo ano. Antes de vir a Brasília, o primeiro-ministro japonês ficará dois dias em São Paulo, onde aproveitará para visitar Kenji Iryo, seu primo.
O primeiro-ministro também deve ir à região de Ribeirão Preto (SP) para visitar lavouras de café, laranja, cana-de-açúcar e reflorestamento. Nas fazendas vivem cerca de 50 famílias japonesas.
Com Lula, Koizumi tratará dos preparativos para a comemoração do centenário da imigração japonesa para o Brasil, que acontecerá em 2008. Lula também discutirá com o seu colega a presença de brasileiros no Japão.
Temas comerciais também estarão na pauta. No ano passado, o Brasil teve um déficit comercial de US$ 210 milhões com o Japão e, nos últimos anos, o comércio bilateral anda praticamente estagnado. Entre as razões estão as crises econômicas que os dois países enfrentaram nos últimos anos. O Itamaraty avalia que este é um bom momento para tratar de comércio, pois as duas economias mostram sinais de recuperação.
Segundo a imprensa japonesa, uma das intenções de Koizumi com a viagem é revitalizar as relações econômicas com países da América Latina. Na quinta, ele viajará para o México.
O Brasil ainda tem interesse específico em exportar etanol para o Japão. A maior economia da Ásia discute aprovar a mistura de álcool à gasolina para diminuir a emissão de gás carbônico, e o Brasil é um candidato natural para suprir essa demanda.