Mercado

Prejuízo para o bolso

A cada semana, o consumidor é golpeado por um novo reajuste no preço do álcool e da gasolina. Os sucessivos aumentos passaram a comprometer o orçamento doméstico e reabriram a suspeita de que os valores cobrados no Distrito Federal – independentemente da queda-de-braço entre governo federal e usineiros – resultam de uma combinação perversa entre os donos das três principais redes de postos de abastecimento, que detêm mais de 48% do mercado local.

Os empresários rechaçam a acusação de formação de cartel, embora a conclusão da CPI dos Postos, realizada pela Câmara Legislativa, não deixe dúvida sobre existência de uma associação nefanda aos interesses coletivos.

O embate entre empresários e parlamentares não lograram o resultado esperado pela sociedade brasiliense. Reforçou a suspeita de boa parte dos cidadãos sobre o comportamento dos postos, mas não alcançou o objetivo que todos desejavam: preços mais baixos do produto. O valor cobrado pelo álcool e pela gasolina continua aumentando em índices muito superiores ao da inflação mensal ou acumulada a cada ano, uma contradição inaceitável dentro de um cenário de economia estável. Mais injustificável ainda é valor alcançado pelo álcool, considerando a dimensão do setor sucroalcooleiro brasileiro.

Hoje, os empresários passam a responsabilidade dos reajustes às distribuidoras que, por sua vez, repassam a culpa aos usineiros e às refinarias. Em meio a esse imbróglio e diante da falta de firmeza do governo para enquadrar os produtores, o consumidor paga a conta. A expectativa é que as investigações prometidas pelo governo federal cheguem a bom termo e que, diferentemente das conclusões da CPI dos Postos, garantam a redução do valor cobrado pelo combustível no DF.