A Cosan, maior processadora de cana-de-açúcar do mundo, divulgou prejuízos líquidos de R$ 40,2 milhões no quarto trimestre fiscal de 2009 – alta de 658,5% sobre os R$ 5,3 milhões de igual período de 2008 – e de R$ 473,8 milhões no ano-safra 2008/2009, alta de 891,21% sobre os R$ 47,8 milhões de prejuízo em 2007/2008. Em seu balanço, a companhia atrela seu prejuízo às “pesadas deduções de variação cambial não caixa incidente sobre o passivo em dólar de longo prazo, e amortizações de ágio de aquisições passadas, também sem efeito caixa”.
Os dados relatam ainda o desempenho das operações geradas a partir das 18 unidades sucroalcooleiras da empresa, que tem três projetos de novas usinas em Goiás. Não incluem a incorporação da NovAmérica, realizada em março e finalizada semana passada.
A Cosan informou receita operacional líquida de R$ 2,35 bilhõe! s no quarto trimestre fiscal de 2009, alta de 178,74% sobre o faturamento de R$ 843 milhões de igual período de 2008. Registrou ainda uma receita operacional líquida de R$ 6,27 bilhões em 2008/2009, 129,2% de aumento sobre os R$ 2,736 bilhões de 2007/2008. O Ebitda (lucros antes de juros, impostos, depreciações e amortizações) do grupo subiu 292,6% em 2009 e atingiu R$ 718 milhões.
A empresa relatou uma dívida de R$ 3,035 bilhões, ou 3,2 vezes o Ebitda de 2009, incluindo a Esso. Segundo o balanço da companhia, as vendas de combustíveis foram o principal negócio de 2009 em termos de participação nas receitas, com R$ 2,89 bilhões, ou 46,2% do faturamento total, destacando-se as participações de gasolina (43,8%) e óleo diesel (40%). A comercialização da produção de açúcar, com R$ 1,8 bilhão, contribuiu com 28,8% das receitas, e a comercialização da produção de etanol teve participação de 18,8%, ou R$ 1,17 bilhão.
Financiamento
A Cosan comunicou que suas controla! das Cosan Centroeste Açúcar e Álcool e Barra Bioenergia obtiveram a aprovação, pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), de uma linha de financiamento de R$ 788 milhões, de R$ 639 milhões destinados à implantação do greenfield (projeto de nova usina) em Jataí (GO) e cerca de R$ 149 milhões ao projeto de co-geração na unidade Gasa, em São Paulo.
Além disso, a Cosan informou ter contratado uma reserva de linha crédito junto ao Banco Bradesco no valor de até R$ 1,1 bilhão para refinanciamento das notas promissórias com vencimento em 12 de novembro de 2009.