O índice de preços recebidos (IPR) pelos produtores agropecuários paulistas, pesquisado pelo Instituto de Economia Agrícola (IEA) – vinculado à Secretaria de Agricultura do Estado – iniciou agosto como terminou julho: em queda. Na primeira quadrissemana do mês, a variação negativa, a sexta consecutiva, foi de 1,01%, 0,26 ponto percentual a menos do que no intervalo anterior.
Mais uma vez a baixa foi determinada pelo comportamento das cotações no grupo de produtos de origem animal. A desvalorização média do grupo foi de 2,7%, com destaque para o novo tombo do boi gordo (3,7%) e para a retração do leite (8,33%). Nelson Batista Martin, responsável pela pesquisa do IPR, ressaltou que o mercado de boi continua pressionado pelo excesso de oferta. “Em 2005, a produção deverá ser 7% maior que no ano passado, daí a pressão. E a queda do boi tem influência sobre as outras carnes”, afirmou Martin.
No caso dos produtos de origem vegetal – que, em média, recuou 0,06% -, as maiores baixas foram as das olerícolas (batata, cebola e tomate). Mas Martin chamou a atenção para as perdas do milho (3,59%), em razão do avanço da colheita da safrinha, e do feijão (9,09%), que refletiu a entrada da terceira safra do ano. A partir da terceira quadrissemana do mês, Martin prevê influência da entressafra nos preços dos grãos e, em parte graças a isso, relativa estabilidade das cotações no grupo. “Mas, como o grupo de produtos de origem animal deve cair o IPR deverá registrar variação negativa de cerca de 1% no acumulado de agosto”, afirmou.
No atacado paulista, como já informou o Valor, os preços agrícolas ficaram estáveis na semana entre 28 de julho e 4 de agosto, segundo levantamento da MSConsult com base em uma cesta de 14 produtos. Ainda assim, houve quedas significativas de feijão (7,2%) e batata (9,7%), e também recuaram as cotações da soja (1,5%), do tomate (2,7%), dos ovos (2%) e da laranja (0,1%). Subiram o café (3,4%), o boi (0,5%), o açúcar (1,3%), o milho (2,2%) e o trigo (0,4%).(FL)