Os preços do álcool no atacado subiram 12 por cento na semana passada, alta que está sendo repassada integralmente ao consumidor, declarou nesta segunda-feira o Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo do Estado de São Paulo (Sincopetro).
Segundo a entidade, o aumento já começou a ser percebido em postos que compram de distribuidoras menores e em pequenos volumes. Nos que adquirem produto de distribuidoras maiores, o aumento deve vir assim que os estoques antigos forem acabando.
“O aumento, de 12 por cento, vai ser totalmente repassado até o fim desta semana”, afirmou por telefone o presidente do Sincopetro, José Alberto Paiva Gouveia, que atribui a forte variação dos preços à falta de concorrência no mercado.
No atacado, o álcool vem subindo gradativamente há cerca de 15 dias. O metro cúbico (mil litros) era negociado nesta segunda-feira a 1.100 reais tanto de anidro quanto de hidratado (neste caso, com ICMS de 12 por cento), ante cerca de 980 reais por volta do dia 25 de novembro.
O aumento decorre, segundo corretores, da perspectiva de oferta justa neste fim de safra do centro-sul. Quase metade das usinas da região já suspenderam atividades, dando início à entressafra. A maior frequencia de chuvas colabora para o encerramento da moagem.
Além disso, as usinas estão bem capitalizadas após uma temporada de preços remuneradores e, agora, com a suspensão das atividades, não têm gastos imediatos, o que lhes permite restringir a oferta.
Os preços do açúcar também oferecem sustentação. Os futuros do produto negociados na bolsa de Nova York atingiram o maior patamar em dez anos na semana passada. Nesta segunda-feira, nova alta expressiva foi registada.
Mas a elevação do álcool tem limite, segundo os corretores, porque donos de carros flexíveis –os maiores responsáveis hoje pelo consumo do produto– poderão optar pela gasolina se o preço do álcool superar o patamar de 60-70 por cento do preço do derivado de petróleo na bomba, reduzindo seu consumo.
Já o Sincopetro alerta que a elevação do álcool também deve influenciar o valor da gasolina (que tem 25 por cento do derivado de cana em sua composição). O aumento neste produto seria próximo a 4 centavos de real por litro.