Mercado

Preços agrícolas sobem na 2a prévia do mês; aftosa não interfere

Os preços agrícolas subiram 3,16 por cento na segunda quadrissemana de outubro, mantendo a tendência de alta verificada nas duas quadrissemanasanteriores, informou nesta segunda-feira o Instituto de Economia Agrícola (IEA).O aumento foi o maior desde a primeira quadrissemana deabril, segundo o IEA. Na primeira quadrissemana de outubro, os preços subiram 1,56 por cento, e 0,88 por cento em setembro –a última alta mensal desde março.”O índice vem se mantendo em alta em função do crescimento nos preços dos produtos de origem vegetal e principalmente animal”, informou o relatório do IEA.

O boi gordo teve aumento de 16,16 por cento na última quadrissemana, suínos subiram 5,15 por cento, e ovos, 10,57 porcento. O foco de aftosa encontrado no Mato Grosso do Sul na semana passada não afetou os preços do boi no Estado de São Paulo, que vinham subindo desde meados de setembro devido à oferta reduzida, afirmou o coordenador da pesquisa, Nelson Martin. “O impacto da aftosa foi grande no mercado futuro (de boi gordo, na BM&F), não no físico”, disse ele, ressaltando que os preços caíram cerca de 1 real por arroba no fim da semana passada –de 59 para 58 reais a arroba em São Paulo. Analistas afirmaram que os preços da carne bovina poderiam cair bastante, devido à esperada queda nas exportações.

Segundo Martin, além de ser entressafra, não houve confinamento de boi para atender o mercado até dezembro, devido justamente aos preços registrados até setembro, que estavam “no fundo do poço”. Ciente deste cenário, também o produtor passou a regular mais a oferta, o que colaborou para a recuperação. Martin disse que se houver queda de preço decorrente daaftosa, essa será concentrada no Mato Grosso do Sul, uma vez que os animais estão proibidos de sair do Estado. “Em São Paulo, a oferta pode diminuir ainda mais”, disseele, citando que o Estado traz normalmente 3 milhões de cabeças do Mato Grosso do Sul por ano.