O preço do barril do petróleo cru para setembro voltou a bater recorde nesta quinta-feira, atingindo a máxima de US$ 48,20 na Bolsa Mercantil de Nova York, o que representa alta de 1,97%. Os preços são pressionados por sinais do forte crescimento da demanda pelo produto na China e na Índia.
As refinarias da China já processaram neste ano 17,2% de petróleo a mais do que no mesmo período do ano passado, de acordo com dados divulgados hoje pela Agência Nacional de Estatísticas. As importações de petróleo, por sua vez, aumentaram 40% em relação a um ano antes.
A refinaria estatal indiana Indian Oil, maior do país, anunciou que as importações do produto na Índia deverão crescer 11% entre 2004 e 2005. Nos EUA, maior importador mundial de petróleo, a demanda já cresceu 3,4% neste ano, consumindo as reservas comerciais do produto e absorvendo a produção extra de países membros da Opep (Organização dos Países Exportadores de Petróleo), tais como Arábia Saudita.
Ontem, a EIA (Energy Information Administration, agência reguladora do Departamento de Energia dos EUA) anunciou que os estoques americanos de petróleo diminuíram em 1,3 milhão de barris na última semana –a terceira consecutiva de quedas– totalizando 293 milhões de barris. A Opep já está produzindo em seus níveis mais elevados desde 1979 –quando houve o segundo choque do petróleo– e disse que irá elevar a produção para 30,5 milhões de barris por dia em sua reunião de setembro.
A situação de instabilidade no Iraque tem pressionado a cotação do barril também. As exportações do país já caíram pela metade (cerca de 900 mil barris por dia) desde o início de ataques do grupo rebelde Exército Mehdi, ligado ao clérigo xiita Moqtada al Sadr.
Al Sadr propôs que seus seguidores deponham armas se as tropas americanas se retirarem da cidade sagrada de Najaf –a qual tem sofrido intensa ofensiva americana contra os seguidores do clérigo xiita.