Mercado

Preço do etanol segue elevado no Interior do Ceará

Depois da gasolina, cujos preços mantêm-se no pico de R$ 2,67, por litro, desde o início de maio, na maioria dos postos de combustíveis da Capital; agora são os preços do álcool que seguem disparados no Ceará. Dos 17 municípios pesquisados pela Agência Nacional de Petróleo (ANP), nas últimas quatro semanas, em 12 cidades cearenses, o litro do etanol já supera, de longe, os R$ 2,00, por litro. Em Ipu e Crateús, por exemplo, os preços para o consumidor final explodiram e já chegam a R$ 2,27 e R$ 2,26, respectivamente.

Na contramão do Interior, o preço médio do álcool em Fortaleza registrou pequeno recuo no mês de maio, saindo de R$1,873 para R$ 1,838, com baixa de apenas 1,86%.

Em 202 postos pesquisados pela ANP, na semana passada, entre os dias 23 a 29 de maio, o preço do litro eta! nol oscilou entre R$ 2,30 e R$ 2,72, com uma diferença de 33,72% entre os estabelecimentos no Ceará.

Alinhamento

Passado o período de “baixa” nos preços da gasolina, anotados até o fim de abril, o realinhamento dos preços no pico norteou o mercado cearense, ao longo de maio. A horizontalidade registrada na grande maioria dos postos da Capital, com oscilação de apenas R$ 0,04, por litro, entre de R$ 2,63 a R$ 2,67, na última semana, vem sendo objeto de discussão e investigação por parte da Comissão de Defesa do Consumidor, da Ordem dos Advogados do Brasil, seção Ceará (OAB-CE) .

A OAB-CE quer saber, explica o presidente da Comissão, o advogado Eginardo Rolim, por que os postos de combustíveis de Fortaleza realinharam os preços da gasolina comum, todos no mesmo dia e no mesmo patamar de R$ 2,67, em média. “Amanhã (hoje) às 18;30 hs, vamos nos reunir para avaliar se as explicações apontadas pela direção do Sindipostos são coerentes”, anunciou Rolim.

“Diante dos indícios de alinhamento geral dos preços, vamos analisar o caso e apontar que ações adotar”, acrescentou, sinalizando a possibilidade de a OAB-CE entrar com uma Ação Civil Pública contra os postos que praticaram preços abusivos, um dia após a retirada dos descontos pela s distribuidoras de combustíveis.

Conforme relembrou, muitos postos remarcaram os preços da gasolina em estoque, logo que souberam da suspensão dos descontos. “Preço de combustível só pode ser reajustado por um motivo que o justifique”, explica Rolim. Conforme disse, hoje deve sair a indicação de um relator para acompanhar o caso. Ele reconhece, no entanto, a dificuldade de identificação dos postos que cometeram prática abusiva, por ocasião do último reajuste da gasolina.