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Preço do etanol deve sofrer nova elevação

Preço do etanol deve sofrer nova alta. A quebra da safra da cana em 8,39%, anunciada pela União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica) e a pressão dos carros flex são apontados como os motivos. Com a falta de investimentos nos canaviais, a produção deste ano não atingiu a expectativa do início da safra e a Unica estimou que haverá 46,71 milhões de toneladas a menos para moer. A consequência é um aumento do preço do etanol nos postos de combustíveis de todo o País.

Fonte ligada ao Sindicato dos Postos de Combustíveis do Estado (Sindiposto) afirma que, seguindo uma tendência nacional, a expectativa é de elevação do preço do etanol em todo o Estado, visto que o período de safra está terminando e cessaram as possibilidades de baixa. Segundo essa fonte, o setor é dependente de toda cadeia produtiva, se há aumento no preço nas usinas, essa elevação é passada para as distribuidoras, que, em seguida, repassam para os postos.

De acordo com o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada, o etanol anidro, que entra na composição da gasolina, também sofreu aumento de 41,9%, se comparado a 2010. Os números refletem a crise do setor. O litro do etanol hidratado, vendido nas usinas, está 44,7% mais caro neste ano, se comparado com o mesmo período de 2010.

O presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli, disse, no meio da semana, que o País deve ter dificuldades na produção de etanol nos próximos dois anos. “Nós vamos viver, nos próximos dois anos, dificuldades na produção do álcool no Brasil”, afirmou o executivo.

O presidente ressaltou que não se trata de um problema de estoque, e sim de produção de cana-de-açúcar, tendo em vista um “movimento particular” no setor, pois os investimentos do setor privado não cresceram, a safra do Brasil de 2009 foi ruim e houve ainda quebra de safra na Índia, que é um dos maiores exportadores de açúcar do mundo. Ele observou, no entanto, que não é interessante para a Petrobras que o preço do álcool tenha grandes variações. “Como produtores de gasolina, não queremos que o preço fique variando toda hora”, frisou Gabrielli.