O aumento do consumo de etanol neste ano deverá provocar maior equilíbrio entre a oferta e a procura. A tendência, por isso, é que os preços do álcool hidratado subam, aproximando-se dos da gasolina. A situação deve se acentuar durante a entressafra, que começa em dezembro e só termina no fim de abril. A partir de novembro, o abastecimento doméstico dependerá dos estoques, que estarão concentrados em poucas usinas de grande porte.
O usineiro Luiz Guilherme Zancaner, presidente da União das Destilarias do Oeste Paulista (Udop), diz que a prioridade do setor é o consumidor doméstico. Para ele, não existe risco de falta do combustível.
Mas as condições de mercado indicam que o preço do álcool hidratado ficará mesmo muito próximo do da gasolina. Caso o álcool hidratado chegue a R$ 1,70, o consumidor se colocará diante de um dilema, já que, do ponto de vista de consumo, será indiferente abastecer o veículo bicombustível com álcool ou gasolina – esta, hoje, em média por R$ 2,45 o litro. Porém, Zancaner adverte para as vantagens do álcool. Diz que o etanol garante longa vida ao motor dos veículos e um melhor aproveitamento do óleo lubrificante.
O progressivo crescimento do consumo de álcool hidratado neste ano poderá levar a um tênue equilíbrio entre a oferta e a procura do combustível durante a entressafra, que começa em dezembro e só termina no fim de abril. A moagem da cana no Centro-Sul, sem qualquer intercorrência climática, termina no mês que vem. A partir de então, o abastecimento dependerá dos estoques, que deverá estar concentrado em poucas usinas de grande porte. As condições de mercado indicam que é grande a possibilidade de o preço do álcool hidratado chegar à nível de paridade com a gasolina.
Consumo
Cálculo feito pelo consultor Júlio Maria Martins Borges, da Job Economia e Planejamento, mostra que, mantidas as condições atuais, o estoque de passagem, a ser registrado no fim de abril de 2006, ficará em 200 milhões de litros. Nas contas do consultor, o consumo doméstico de etanol é de 1,2 bilhão de litro ao mês. As exportações deverão chegar a 2,2 bilhões de litros, o que totaliza um comprometimento de 16,8 bilhões litros em 12 meses (maio a abril). Como a produção na safra 2005/06 está estimada em 17 bilhões de litros, o chamado estoque de passagem será extremamente justo.
“A nossa prioridade é o consumidor doméstico”, avisou o usineiro Luiz Guilherme Zancaner, presidente da União das Destilarias do Oeste Paulista (Udop). O mercado para os usineiros da região Centro-Sul manteve-se numa situação favorável. Os sucessivos lançamentos de veículos bicombustíveis garantiram a sustentação dos preços, sem grandes oscilações, ao longo de todo o ano, reconhece Zancaner.