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Preço do álcool cai 26%, mas repasse é mínimo

O preço do álcool já caiu 26% desde o início da colheita de cana-de-açúcar, em meados de abril, mas o repasse para o consumidor de combustíveis ainda é tímido. Segundo o levantamento de preços da ANP (Agência Nacional do Petróleo), o álcool hidratado caiu apenas 6% nas bombas no mesmo período e a gasolina – que tem 25% de álcool anidro em sua composição -, teve redução de 0,6%.

Donos de postos acusam as distribuidoras de combustíveis de não repassar os benefícios. Por outro lado, a ANP aponta um aumento da margem de revenda do produto. O levantamento de preços da agência indica que o preço do álcool hidratado, nas bombas, caiu de R$ R$ 1,411 para R$ 1,327 por litro desde abril. No caso da gasolina, a redução foi de R$ 2,267 para R$ 2,253 por litro.

Caso o repasse fosse integral, o álcool hidratado deveria cair os mesmos 26% verificados nas usinas e a gasolina teria redução de 6%. Os valores são bem superiores aos apontados pela ANP, o que indica de que o ganho está sendo apropriado pelos agentes da cadeia do combustível. A própria agência registra que a margem de lucro dos postos na venda de álcool aumentou 15% no período, passando de R$ 0,193 para R$ 0,222 por litro.

A pesquisa semanal de preços não divulga as margens de lucro dos distribuidores, mas aponta que o preço do álcool vendido aos postos caiu só 9% desde abril, passando de R$ 1,218 para R$ 1,105 por litro. O presidente do Sincopetro (Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo de São Paulo), José Alberto Paiva Gouvêa, diz que os postos receberam preços 10% menores apenas na semana passada. ““Esta semana, os preços vieram iguais””, afirma. No caso da gasolina, acrescenta, a redução foi de apenas R$ 0,01 por litro.

BENEFÍCIO

O vice-presidente executivo do Sindicom (Sindicato das Empresas Distribuidoras de Combustíveis e Lubrificantes), Alísio Vaz, não quis comentar políticas de preços específicas das empresas, mas disse não acreditar que alguma delas esteja se apropriando do benefício. ““A concorrência no mercado de álcool é muito irregular e os preços são normalmente pressionados para baixo. Quem segurar preço vai perder mercado””, diz.