O mês de fevereiro foi de grandes diferentes no mercado brasileiro de açúcar e etanol. Enquanto o açúcar encontrou boa valorização no período, o etanol apresentou declínios nas cotações. Enquanto um produto encontrou sustentação na pouca oferta, o outro sucumbiu diante da regressão no consumo e consistente disponibilidade do produto.
O açúcar teve um fevereiro de altas no mercado mundial e o Brasil acompanhou o desempenho positivo do produto. A commodity subiu bem na Bolsa de Mercadorias de Nova York, especialmente se levarmos em conta que o momento é de preocupações e de crise internacional, com a depressão na economia americana, que se espalha em forma de recessão pelo mundo.
Segundo o analista da Agência Safras & Mercado, Miguel Biegai, uma oferta mundial mais enxuta, com a Índia produzindo menos, tem dado suporte aos preços internacionais. O fato de que, mesmo com a crise americana e mundial, o consumo não tenha caído significativamente contribui para a sustentação do mercado.
Na Bolsa de NY, que é a referência para o mercado mundial de açúcar, fevereiro foi de ganhos no balanço, com destaque para a forte valorização desta última quinta-feira, dia 26 último, quando as cotações atingiram os níveis mais altos em quatro meses e meio seguindo uma valorização de quase 6% no petróleo no dia. O contrato maio fechou este dia 26 em NY a 13,90 centavos de dólar por libra-peso, acumulando ganho no mês de 6,9%.
No mercado físico brasileiro de açúcar, a saca de 50 quilos para o açúcar cristal terminou quinta-feira passada a R$ 46,00 em Ribeirão Preto/São Paulo, tendo alta acumulada no mês de 12%. A valorização do açúcar em Nova York e a alta do dólar são fatores determinantes para a elevação do produto no país em fevereiro.
Miguel Biegai diz ainda que a entressafra, com pouca oferta disponível foi fator importante para a valorização do açúcar no Brasil no mês. Ele observa que os compradores acreditavam que os preços não subiriam tanto, e estavam com estoques curtos. Acabaram tendo de pagar mais para buscar o abastecimento.
Se o açúcar subiu, o etanol recuou em fevereiro. Biegai explica que o consumo do etanol regrediu no mês, ficando aquém das expectativas. As usinas precisavam vender para fazer caixa e a oferta cresceu, resultando em cotações mais baixas.
O etanol hidratado fechou fevereiro em R$ 0,87 o litro em Ribeirão Preto/SP, tendo queda no mês de 11,2%. Já o anidro recuou 6,4%, fechando o mês em R$ 0,87. O analista da Agência Safras & Mercado acredita que o mercado pode encontrar alguma recuperação no curto prazo com uma demanda crescente agora na virada de fevereiro para março.