Avanço da colheita da cana no Brasil e início da moagem são fatores de baixa. No quarto pregão consecutivo de desvalorização, os contratos de açúcar com vencimento em julho apresentaram queda de 3,42%, cotados a 17,22 centavos de dólar por libra-peso ao final do dia, na Bolsa de Nova York. Na semana, o açúcar acumulou retração de 3,74%. Segundo Gil Barabach, da Safras & Mercado, o preço está sendo influenciado pela colheita no Brasil e pela proximidade da entrada do açúcar brasileiro no mercado internacional.
“Houve um primeiro desmanche dos contratos quando o açúcar chegou perto dos 20 centavos de dólar. Agora, os preços voltarão a cair devido ao aumento de oferta”, diz. Apesar de a colheita já ter sido iniciada no Brasil, o açúcar deve começar a ser comercializado dentro de duas a três semanas. Já os embarques mundiais devem ganhar espaço mais adiante.
Segundo Barabach, três fatores devem suavizar a queda de preços característica da entrada da safra: a passagem de ciclone pela Austrália, o perfil mais alcooleiro da safra brasileira e o corte na produção da Europa.
Soja
As estimativas do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), que serão divulgadas hoje influenciaram a cotação da soja. Na sexta-feira, contratos com vencimento em julho caíram 1%, cotados a 572,35 centavos de dólar por bushel (US$ 12,62 a saca). O grão não atingia patamar tão baixo desde 12 de janeiro.
Segundo Steve Cachia, da Cerealpar, o mercado em Chicago está próximo da média histórica e ainda sustentável. “O USDA deve prever redução no volume de exportações dos EUA. Isso causa um aumento dos estoques, criando cenário desfavorável. O mercado optou por acreditar em uma composição desfavorável ao setor”.