A Usina Sabarálcool, de Engenheiro Beltrão, realizou ontem, em Paranaguá, o embarque de cinco milhões de litros de álcool industrial no Terminal do Porto de Paranaguá. A informação é do empresário Ricardo Rezende, presidente da Álcool do Paraná, operadora que reúne 19 usinas do Paraná e está credenciada a operar o terminal.
O empresário, que também é presidente da Sabarálcool, diz que com essa primeira movimentação está sendo possível fazer os últimos ajustes, antes de liberar a estrutura para receber e exportar a produção dos demais produtores de álcool do Estado. Até dezembro deste ano, a expectativa é de que sejam exportados pelo terminal público cerca de 400 milhões de litros de álcool, sendo que a capacidade é para 1 bilhão de litros ao ano.
Inaugurado em outubro do ano passado, o terminal sofreu um atraso no início de sua operação por conta de alguns ajustes necessários para atender a atual demanda de mercado e devido a trâmites burocráticos como alfandegamento junto à Receita Federal, vistoria do Corpo de Bombeiros, entre outros.
Quando foi projetado, em 2002, a maior parte do álcool exportado era de apenas um tipo: o industrial. De lá para cá o mercado mudou muito, explica Rezende. Hoje, além de haver diferentes especificações e padrões para o álcool industrial, há uma crescente demanda do mercado internacional por álcool carburante, tanto anidro quanto hidratado.
“Para potencializar o uso do terminal, o setor sucroalcooleiro sugeriu algumas modificações como a criação de linhas independentes de recepção, armazenagem e escoamento, tornando possível a movimentação de seis a sete tipos de álcoois diferentes de forma simultânea”, afirma. A reforma foi custeada pelas usinas acionistas da Álcool do Paraná.
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“Com as modificações, os produtores do Paraná terão a sua disposição um dos melhores terminais de exportação de líquidos do mundo devido à segurança na segregação de produtos e à velocidade de recepção e embarque”, ressalta o empresário. Ele diz que o terminal estará equipado para descarregar simultaneamente 20 vagões de trem, com 60 mil litros cada, e mais oito carretas-tanque, com 40 a 50 mil litros cada. Ao mesmo tempo, tem capacidade para embarcar 800 mil litros de álcool por hora, enquanto que a maior parte dos terminais opera com uma capacidade média de 300 mil litros/hora, diz.
ESTRUTURA
Construído com recursos da Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina (Appa) o terminal público de álcool custou R$ 13,7 milhões. São sete tanques com capacidade para armazenar 37,5 milhões de litros de álcool e toda infra-estrutura de apoio erguidos numa área de em 32 mil m², sendo que ainda há outros 33 mil m² de área para ampliação e construção de novos tanques. O terminal é ligado ao píer público por meio de dutos de aço instalados paralelamente à linha de embarque da Petrobrás.
Para o presidente da Alcopar, Anísio Tormena, o fato de o Porto de Paranaguá ter o primeiro terminal público do Brasil faz com que o Paraná saia na frente no escoamento de álcool, sendo uma alternativa pública aos exportadores de álcool que utilizam os serviços do Porto.
Ele diz que a nova estrutura servirá também como moderadora de preços do mercado, reduzindo os custos da exportação de álcool e aumentando a competitividade do setor. Com estrutura própria, os produtores do setor sucroalcooleiro acreditam que conseguirão diminuir em até 50% os gastos operacionais com o novo terminal
