Mercado

Postos querem reajustar preço do álcool

Com a alegação de que as distribuidoras vão aumentar o preço do litro do álcool hidratado, donos de postos de Londrina pretendem reajustar o valor desse combustível em 20% a partir de amanhã. Na bomba, o preço do litro poderá chegar a R$ 1,17. Na semana passada, de acordo com o site da Agência Nacional de Petróleo (ANP), o preço médio praticado na cidade foi R$ 0,946.

Caso a alta seja confirmada, o preço da gasolina – que recebe 25% de álcool anidro – também pode subir. Segundo Roberto Fregonese, presidente do Sindicombustíveis, o consumidor pagará R$ 0,04 a mais pelo combustível, que na semana passada foi vendido ao valor médio de R$ 1,924 na cidade. O setor foi pego de surpresa, disse.

Para Antônio Marques da Silva, dono do Auto Posto Vitorino, as distribuidoras estão repassando o aumento que receberam das usinas. O preço do álcool, para o posto, vai chegar a R$ 1,03, dependendo da distribuidora, comentou ele, que pretende vender, na bomba, entre R$ 1,15 e R$ 1,19. A gasolina, que hoje é comercializada a R$ 1,91 pelo estabelecimento, deve chegar a R$ 2,02 para o consumidor final. O reajuste superaria em R$ 0,07 o anunciado pelo Sindicombustível.

O proprietário do Posto Mediterrâneo, Silvano Almeida, também culpa as usinas pelo aumento. A alegação é que terminou a safra de álcool, disse. Apesar de anunciar a alta, ele ainda não tinha nota fiscal de compra para comprovar o novo preço. A Shell nos avisou por telefone, justificou.

No Posto Carajás, o proprietário Emílio Santaella só vai reajustar se os outros postos fizerem o mesmo. Os fornecedores estão subindo desde a semana passada, mas quem vai determinar os preços é a concorrência, disse.

O superintendente da Associação de Produtores de Álcool e Áçucar do Paraná (Alcopar), Adriano da Silva Dias, se surpreendeu, ontem, com o anúncio do elevação do preço do álcool. Segundo ele, não há motivo para essa decisão porque a atual situação é de plena safra de colheita de cana e não há indicativos de escassez de matéria-prima para atender o consumo.

Segundo Silva Dias, as distribuidoras de combustíveis é que têm de explicar o aumento no preço do álcool. Nas usinas, o preço foi reajustado em 1º de junho e, desde então, elas estão vendendo o álcool pelo preço médio de R$ 0,53 o litro para as distribuidoras.

Silva Dias salientou que para este ano a projeção de consumo de álcool no Paraná, de 800 milhões a 900 milhões de litros, é inferior à produção que será de 1,1 bilhão de litros de álcool. O Paraná já colheu metade da safra de cana e não há justificativas para elevação de preços agora, reforçou.

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