Mercado

Post condena imposto dos EUA ao etanol

O Washington Post condenou ontem, em editorial, as distorções provocadas no mercado de etanol norte-americano pelos subsídios que o governo dá aos produtores de milho e pelo imposto de importação do produto. Segundo o Post, tal política ameaça sua política externa já que o etanol que o mercado norte-americano precisa pode ser conseguido no Brasil, país com quem os Estados Unidos mantém fortes laços econômicos e políticos. Para importar o produto, existe um imposto de importação de US$ 0,54 por galão.

A crítica foi feita também à atuação do senador pelo estado de Iowa, Charles Grassley, por sua interferência no processo de confirmação do novo embaixador dos EUA no Brasil, Tom Shannon. Utilizando uma prerrogativa aberta a todos os senadores americanos, Grassley pediu esclarecimentos sobre a posição de Shannon a respeito da tarifa imposta pelos americanos ao etanol importado do Br! asil e condicionou o prosseguimento da indicação de Shannon a uma resposta sobre o assunto, que teria que vir do governo Obama.

No dia 8 de julho, quando foi sabatinado pelo governo antes de assumir seu cargo, Shannon disse que, pessoalmente, acreditava que o fim do imposto de importação seria benéfico para o país mas reconhecia que, especialmente no Congresso dos Estados Unidos, existem diferentes visões sobre a questão. Em vista desta afirmação, Grassley ameaçou bloquear a nomeação de Shannon a não ser que a administração Obama desse sinais de que a tarifa seria mantida, o que veio na forma de uma carta assinada pela secretaria de Estado, Hillary Clinton.

respeito. Joel Velasco, representante da União da Indústria de cana-de-açúcar (Unica) na América do Norte, disse que a situação causada pelo senador Grassley foi desnecessária, já que o candidato a embaixador dos EUA no Brasil, Tom Shannon, além de ser um diplomata extremamente qualificado que há muito conquistou o! direito de emitir opiniões (e portanto, mereceria mais respeito por parte do senador), foi muito claro quando se pronunciou no Senado: disse que achava que o fim da tarifa poderia ser benéfico, frisou que essa era uma opinião pessoal e reconheceu que há pontos de vista divergentes, particularmente no Congresso americano.

“Sendo assim, não se justifica a reação do senador pois as palavras do embaixador Shannon em nenhum momento soaram como qualquer tipo de ameaça às políticas do governo americano”, disse.