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Portos do Paraná darão preferência aos navios graneleiros

O superintendente da Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina (APPA), Eduardo Requião, propôs aos exportadores a preferência nas operações de navios graneleiros que venham ao Porto de Paranaguá carregar mais de 55 mil toneladas de produtos, mediante o compromisso deste segmento de programarem antecipadamente a atracação de navios. A medida busca garantir o escoamento da safra e, consequentemente, a eliminação da fila de caminhões carregados com grãos (principalmente soja e milho) que se formou ao longo da BR 277.

Segundo o superintendente da APPA, os estoques nos armazéns e as cargas dos caminhões representam um volume suficiente para os embarques, mas os empresários insistem em não nominarem as embarcações para receberem os produtos, prejudicando a logística do escoamento. Atualmente 30 navios para carregamento de grãos estão ao largo do Porto de Paranaguá, mas não atracam porque não são chamados para a operação. O Superintendente Eduardo Requião classificou a prática como irresponsável e criminosa.

“Não admitiremos mais este crime cometido contra os caminhoneiros e a economia do Paraná. Oferecemos a preferência para atracação dos graneleiros, mas exigimos a continuidade das operações. Que esta preferência não seja utilizada para especulações e pressões contra a administração portuária para a formação de novas filas em função de uma preferência absoluta durante toda a safra. Esta é uma atitude imediata para acabar com um problema imediato, mas deve ser contínua para não criar favorecimentos a determinados setores”, afirmou Eduardo Requião.

A preferência dada aos navios de grande porte (com capacidade de mais de 50 mil toneladas) para embarque de soja e milho de acontecerá até o início da próxima semana, quando estima-se o esvaziamento da fila na rodovia.

O dirigente portuário lembrou que a fila é resultado de um fator negativo iniciado há alguns dias com a chamada dos caminhões do interior pelos exportadores, sem que as cargas estivessem comercializadas ou que os navios não estivessem programados para atracar no Porto. A prática contraria uma Ordem de Serviço assinada no final do ano passado pelo Superintendente, que previa, entre outros pontos, a otimização das logísticas rodoviária e portuária. De acordo com Requião, serão estabelecidos três dias para a preferência dos navios graneleiros que nesta quarta-feira encontravam-se ao largo do Porto, aguardando para atracar. “Estudaremos alguma sanção para proibir que tentem burlar as leis, as ordens e os limites”, disse Requião.

O superintendente lamentou, ainda, a ausência do representante do Ministério dos Transportes, José Albaneze, no encontro desta quarta-feira, entre a APPA, representantes dos operadores portuários, das agência marítimas e dos caminhoneiros. “Num momento como este não termos a figura representativa do Ministério dos Transportes é um fator negativo porque tira dos debates a referência da União”, finalizou o dirigente.

O valor dos fretes pagos aos caminhoneiros pela hora parada na rodovia serão motivo de outras reuniões entre a categoria e representantes dos exportadores e importadores. Atualmente os caminhoneiros recebem por hora parada cerca de R$ 0,15/toneladas, sendo que alguns nem este valor recebem. Esta referência que, segundo os caminhoneiros, é insuficiente para pagar até mesmo a alimentação dos motoristas. Caso não haja um acordo entre estes segmentos, a categoria promete deflagrar uma greve em nível nacional. (Fonte: ASSCOM – APPA)